Só um em cada 100 casos de infeção pelo SARS-CoV-2 registados no Algarve entre o Natal e o Ano Novo foram causados pela variante Ómicron — uma proporção muito inferior aos mais de 50% de casos de Ómicron que eram detetados ainda antes das festas em Lisboa e Vale do Tejo.

João Paulo Gomes, investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), explicou na reunião no Infarmed que, enquanto resiste à variante Ómicron, o Algarve regista 40% de casos de uma sublinhagem da variante Delta que foi importada no Reino Unido por causa da mobilidade turística.

Esta sublinhagem desencadeou cadeias de transmissão “muito ativas” e “extensas”, classificou João Paulo Gomes, que ainda hoje estão ativas. Isto numa altura em que a prevalência da variante Ómicron aumentou de 50% a 20 de dezembro para os 90% atuais a nível nacional.

O investigador do INSA concluiu que a dispersão da variante Ómicron, que já foi detetada em 90 países e é dominante em Portugal desde a semana do Natal, é “heterogénea” no território nacional e nos ritmos a que se dispersa nas várias regiões de Portugal.

Os peritos estão reunidos com os decisores políticos esta quarta-feira no Infarmed para debater a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal. Antes da intervenção de João Paulo Gomes, também Pedro Pinto Leite, responsável pelo tratamento de dados da pandemia na Direção-Geral da Saúde (DGS), fez uma caracterização da Covid-19 em Portugal.

Segundo a DGS, a proporção de mortes por Covid-19 está neste momento nos 19 óbitos por milhão de habitantes. É um valor que está abaixo da linha vermelha dos 20 óbitos em duas semanas por milhão de habitantes instituído pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

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