A Autoridade Reguladora dos Produtos de Saúde (HPRA, sigla em inglês) da Irlanda retirou esta sexta-feira do mercado autotestes da marca Genrui Biotech, que também são vendidos em Portugal. Na base da decisão está o facto de terem sido detetados centenas de queixas de consumidores, que relataram 550 falsos positivos.

Em nota publicada no site oficial, a HPRA esclarece que todos os autotestes podem resultar “num falso negativo ou falso positivo”. No entanto, com os desta marca, houve um “aumento significativo dos número de queixas relacionadas com resultados positivos”, daí que seja precisa tomar a medida “preventiva” de os retirar do mercado, enquanto se procede a investigações ao fabricante (que tem sede em Shenzen, na China), bem como ao seu representante europeu.

Em Hamburgo, a autoridade regional para educação também utilizava esses testes na comunidade escolar para detetar casos de Covid-19. No entanto, deu conta de que, quando o autoteste dava positivo, “não havia correspondência no teste PCR”. “Este alto número de falsos positivo perturba o funcionamento das escolas”, referiu o organismo, decidindo retirá-los de circulação.

Após a decisão irlandesa, também Espanha retirou os autotestes da marca Genrui do mercado. Em comunicado, a agência espanhola de medicamentos e produtos sanitários (AEMPS, sigla em espanhola) informou ainda que vai levar a cabo uma investigação e, como medida de prevenção, pediu aos distribuidores deste produto que cessem a “comercialização”.

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Em reação, o Infarmed também já emitiu um nota, indicando que em Portugal, até esta sexta-feira, foram recebidas sete notificações “de casos de falsos positivos, num universo de cerca de sete milhões de autotestes”. A autoridade do medicamento nacional encontra-se “em contacto com as suas congéneres europeias, assim como com o fabricante do autoteste, para reunir toda a informação relevante”.

“O fabricante Genrui Biotech Inc. informou o Infarmed de que os lotes comercializados na Irlanda não foram comercializados em Portugal”, sublinhou.

Por seu turno, a empresa EnerrePharma, responsável por importar este autoteste para Portugal, sinalizou à rádio Observador que a decisão do Infarmed dizia respeito apenas a um lote. Por esse motivo, defende que o produto deve continuar disponível para venda.

Este produto apareceu no mercado depois de, em julho do ano passado, o Governo ter decidido autorizar a venda de autotestes em supermercados.