O chefe do MI6, a agência de inteligência britânica conhecida mundialmente pela sua representação através dos filmes do espião 007, agradeceu à agência de notícias da China Xinhua pela “publicidade grátis” após a publicação de uma paródia do James Bond, em resposta a um discurso que o líder das secretas do Reino Unido fez no ano passado.

Richard Moore — cujo nome de código é C — afirmou no seu discurso que Pequim seria a maior prioridade para os serviços secretos britânicos.

Segundo o The Guardian, a Xinhu partilhou um vídeo de quatro minutos representado pelo agente “James Pond” e pela sua colega de equipa, que aparenta ser uma paródia à personagem da Marvel Viúva Negra.

O vídeo, cujo nome é No Time to Die Laughing (“Sem Tempo Para Morrer a Rir”) — uma referência ao último filme da saga 007, No Time to Die (“Sem Tempo Para Morrer”) — retrata, um encontro entre os espiões britânicos e agentes norte-americanos pertencentes à CIA.

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Na rede social Twitter, Richard Moore agradeceu “pelo interesse (e pela publicidade grátis inesperada)”, partilhando depois o discurso que realizou no dia 30 de novembro do ano passado.

Na paródia, James Pond critica o modo como o MI6 utiliza a China como pretexto para o seu orçamento.

Sabes o que é que é patético? Utilizar a armadilha económica ficcional chinesa e a armadilha dos dados para assegurar o nosso gigante orçamento do próximo ano”, sugere o agente secreto no vídeo.

Durante o seu discurso, C salientou o controlo que a China exercia em pequenos países de África e outras regiões, forçando-os a aceitar ajudas económicas em troca do controlo de infraestruturas vitais e do acesso a dados dos países para contribuir com serviços essenciais.

Na paródia, é ainda sugerido que não é a China, mas sim os Estados Unidos da América que estão a controlar os serviços de telecomunicação mundiais. “É perigoso ser inimigo dos Estados Unidos, mas é fatal ser amigo deles“, é a conclusão a que chega o espião cómico, cujo nome de código é “0.07”.

A crítica à intervenção norte-americana surge como resposta à retirada por parte do Reino Unido, em 2020, do serviço Huawei da rede 5G em 2027, após pressão por parte do governo norte-americano, liderado por Trump, que considerava a nova tecnologia um potencial risco.