O chefe da diplomacia europeia condenou esta sexta-feira um ciberataque de que a Ucrânia foi alvo na última madrugada e disse que a União Europeia vai “mobilizar todos os recursos” para ajudar Kiev perante um ataque que já era temido.
“Infelizmente, já esperávamos que isto pudesse acontecer. Evidentemente, não podemos apontar o dedo a ninguém, pois não temos provas, mas podemos imaginar” quem está por detrás do ciberataque, disse Josep Borrell, à entrada para uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 da União Europeia (UE) em Brest, França, marcada precisamente pelas tensões a leste, entre Ucrânia e Rússia.
Borrell adiantou que foi já convocada para esta sexta-feira de manhã uma reunião de emergência dos embaixadores do Comité Político e de Segurança, para analisar como a UE pode reagir e “prestar assistência técnica à Ucrânia para aumentar a sua capacidade de resistência a este tipo de ataques”.
“Vou pedir aos Estados-membros que, mesmo não sendo a Ucrânia membro da UE e não participe no projeto da Cooperação Estruturada Permanente, possamos mobilizar os recursos de que dispomos para enfrentar este tipo de ataque. Assim, mobilizaremos todos os recursos para ajudar a Ucrânia a enfrentar este ciberataque”, disse o representante comunitário.
A Ucrânia denunciou esta sexta-feira um ciberataque em grande escala contra vários sites governamentais, incluindo a página na internet do Ministério dos Negócios Estrangeiros, ocorrido na última madrugada.
Portugal está representado na reunião informal de Brest pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, que substituiu o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que estará hoje em Roma para as cerimónias fúnebres do presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli.