A Comissão Europeia adotou esta segunda-feira o seu orçamento anual para ajuda humanitária em 2022, num total de 1,5 mil milhões de euros, principalmente atribuídos a crises humanitárias na África Subsaariana, Médio Oriente e Norte de África.
“Para ajudar os mais afetados a nível mundial, a Comissão adotou o seu orçamento humanitário anual inicial de 1,5 mil milhões de euros para 2022″, anunciou esta segunda-feira a instituição em comunicado.
Assinalando que “as crises humanitárias em todo o mundo continuam a aumentar”, o executivo comunitário apontou que, “embora os conflitos e a violência sejam a fonte de grandes necessidades humanitárias, a situação está a ser cada vez mais agravada por catástrofes naturais, tais como secas ou inundações, alimentadas pelas alterações climáticas e pela degradação ambiental”.
Em concreto, a maior fatia da ajuda humanitária da UE este ano, num total de 469 milhões de euros, será alocada à África Subsaariana para apoiar as vítimas da crise alimentar e nutricional exacerbada pelo conflito no Sahel (Burkina Faso, Mali, Mauritânia, e Níger) e os deslocados pela violência na República Centro Africana, na bacia do Lago Chade (Chade, Camarões e Nigéria), no Sul do Sudão e no Corno de África (Djibuti, Etiópia, Quénia e Etiópia).
Esta verba também visa responder às “necessidades das populações afetadas pelo conflito a longo prazo na República Democrática do Congo”, acrescenta a instituição.
Seguem-se 351 milhões de euros de financiamento humanitário para o Médio Oriente e o Norte de África, de forma a “fazer face à crise na Síria, bem como às necessidades dos refugiados nos países vizinhos do Médio Oriente, bem como à situação crítica no Iémen”.
Também previstos estão 188 milhões de euros para ajudar as populações mais vulneráveis da Ásia e da América Latina, incluindo as crises do Afeganistão e da etnia rohingya (Bangladesh e Myanamar) e na Venezuela e na Colômbia, bem como no Haiti.
Outros 152 milhões de euros visam financiar projetos no Sudeste da Europa e nos países vizinhos da Europa, para fazer face às crises na Ucrânia, nos Balcãs Ocidentais e no Cáucaso, bem como aos efeitos da crise da Síria, nomeadamente na Turquia.
“Os restantes 370 milhões de euros serão utilizados para crises imprevistas ou picos súbitos em crises existentes, bem como para outras operações”, adiantou Bruxelas, assinalando que o financiamento ajudará ainda “populações vulneráveis em países propensos a catástrofes a melhor prepararem-se para vários perigos naturais, tais como inundações, incêndios florestais, terramotos, e ciclones”.
Citado pela nota, o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, afirmou que “as necessidades humanitárias estão a um nível sem precedentes e continuam a crescer”.
“Isto deve-se sobretudo a conflitos, mas cada vez mais a desafios globais como as alterações climáticas e a Covid-19. O nosso financiamento humanitário permitirá que a UE faça a sua parte e continue a salvar vidas e a cobrir as necessidades básicas das populações afetadas”, referiu ainda o responsável.
A União Europeia presta, desde 1992, ajuda humanitária a mais de 110 países, apoiando todos os anos milhões de pessoas em todo o mundo.
A assistência da UE é prestada estritamente através de organizações humanitárias parceiras.