A Bentley ainda não possui qualquer modelo 100% eléctrico – o que fará, à partida, recorrendo à PPE desenvolvida pela Audi e pela Porsche. Contudo, isso só está previsto para 2025, de acordo com a estratégia Beyond 100, apresentada em 2020. Até lá, o fabricante de Crewe compromete-se a disponibilizar “híbridos de luxo” para os três modelos que compõem o portefólio da marca, até 2023.

Mas, entretanto, a Bentley quer lançar os alicerces para se impor como “o construtor de carros de luxo mais sustentável do mundo”, razão pela qual investiu 12,5 milhões de libras esterlinas (cerca de 15 milhões de euros) na construção de um novo centro de testes de engenharia, já operacional e devidamente certificado como neutro em carbono, o que significa que a sua actividade não impacta negativamente na emissão de gases com efeito de estufa.

O complexo, situado em Crewe, chama-se 33 Pyms Lane e vai permitir à Bentley testar internamente (e de forma mais célere) emissões e consumos, com vista a uma maior eficiência, inclusivamente no que respeita à autonomia eléctrica. Tudo isto para, segundo a empresa, dar mais um passo firme rumo à electrificação. De salientar que a marca britânica do Grupo Volkswagen pretende que, em 2026, toda a sua gama seja composta por modelos 100% eléctricos e híbridos plug-in (PHEV).

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Este novo centro de testes configura uma área de 4600 m2, distribuídos por dois andares. Parte do espaço é ocupada por escritórios (773 m2), estando 1550 m2 reservados a um banco climatizado de testes com dinamómetro, instalação essa capaz de medir consumos e emissões em diferentes inclinações e dentro de uma faixa de amplitude térmica que pode ir dos -20ºC aos 50ºC – o que será particularmente interessante para simular condições extremas de utilização.

Igualmente para obter dados tão próximos quanto possível das condições reais de utilização, há espaço ainda para albergar um laboratório responsável por recolher os valores das emissões em condições reais de condução (RDE – Real Driving Emissions). Matthias Rabe, membro do conselho de engenharia da Bentley, afirma que esta nova valência permitirá ao construtor ser mais independente, no que respeita aos testes dos seus próprios motores, e simultaneamente modernizar a própria fábrica, onde o Continental, o Flying Spur e o Bentayga são construídos artesanalmente.

Face à compatriota Rolls-Royce, que pretende lançar o primeiro automóvel 100% eléctrico da sua história no final de 2023 e banir por completo os motores de combustão da sua oferta até 2030, a Bentley parece estar mais apostada em fazer uma transição suave, apoiada sobretudo nos PHEV, alternativa já disponível no Bentayga e no Flying Spur. Em contrapartida, promete que quando lançar o seu primeiro eléctrico em 2025, este será “o primeiro carro de luxo do mundo a ser neutro em carbono durante toda a sua vida útil”.

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