O último Campeonato do Mundo de Fórmula 1 acabou no dia 12 de dezembro. Foi nesse dia, um domingo, que Max Verstappen venceu o Grande Prémio de Abu Dhabi e conseguiu sagrar-se campeão do mundo pela primeira vez. De lá para cá, à exceção das declarações nesse mesmo dia e depois de ter sido condecorado pela Rainha Isabel II, Lewis Hamilton desapareceu do radar. Não tem presença nas redes sociais, não deu entrevistas, não apareceu em eventos — e parece continuar a processar a forma insólita e repentina como perdeu o oitavo título da carreira.

No meio desse desaparecimento, a continuidade de Lewis Hamilton na Mercedes e como piloto de Fórmula 1 é ainda questionada. A equipa anunciou que vai apresentar o carro para 2022 no próximo dia 18 de fevereiro, daqui a cerca de um mês e cinco dias antes do primeiro teste de inverno em Barcelona — contudo, ainda não é líquido que o britânico vá estar presente ou sequer que já tenha tomado uma decisão sobre o próprio futuro nessa altura.

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A FIA anunciou a abertura de um inquérito sobre o Grande Prémio de Abu Dhabi na semana passada, para apurar as decisões tomadas pela direção de corrida na última volta e quanto ao decisivo safety-car, mas não é provável que as conclusões sejam conhecidas até ao início da próxima temporada, marcado para o dia 20 de março no Bahrain.

Para Zak Brown, o CEO da McLaren, a ausência de respostas pode levar ao divórcio entre Lewis Hamilton e a Fórmula 1. “Não ficaria chocado se o Lewis parasse e acho que ninguém devia dar como garantido que ele vai voltar. Não podemos esquecer ou não reconhecer a frustração e a raiva dele e se calhar ainda nem tomou uma decisão. Se calhar, o que ele está a fazer é tirar um tempo para tomar essa decisão. Não acho que devamos afastar por completo a possibilidade de uma retirada”, explicou o norte-americano, que é muito próximo de Toto Wolff, diretor da Mercedes, ao The Independent.

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“Pessoalmente, acho que o Lewis ainda tem um desejo ardente por correr e isso vai, em último caso, definir a decisão que vai tomar. Acho que vai voltar. Claro que está muito zangado mas acho que os pilotos querem correr e ele ainda está em grande forma. É um lutador e vai querer voltar para tentar ganhar o oitavo título mundial. Quando acabas, acabas. E acho que ele ainda não está pronto para isso, não vai deixar que um incidente o atire para a reforma”, ressalvou Brown. De recordar que o contrato de Lewis Hamilton com a Mercedes termina no final da próxima temporada e que o piloto britânico encaixa perto de 50 milhões de euros por época.