O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) ainda não conseguiu reunir-se com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, mas dá o benefício da dúvida à nova gestão autárquica, 100 dias depois do início do mandato.

Não podemos fazer nenhum balanço, nem negativo nem positivo. Nunca chegou a falar connosco. Se contacta com alguns trabalhadores, não foi connosco”, disse à Lusa Vítor Reis, do STML, referindo-se à promessa do novo presidente de realizar uma gestão próxima dos trabalhadores.

O sindicalista afirmou que o único contacto que teve com o novo executivo foi com o vice-presidente, Filipe Anacoreta Correia, por causa de um imprevisto concreto que surgiu, relativo à organização do trabalho da higiene urbana no Natal e no Fim de Ano.

“Já tínhamos feito dois pedidos de reunião ao engenheiro Carlos Moedas e nunca marcou qualquer reunião. Nesse imprevisto manifestámos a vontade de nos reunirmos ao vice-presidente, que nos disse que tinham entrado de novo, tinham agora o orçamento, e ainda estavam a tentar inteirar-se [dos dossiês] e [o autarca] manifestou disponibilidade, sempre que fosse necessário, de dialogar com o sindicato”, acrescentou, salientando que lhes foi então também transmitido que a nova gestão não tinha intenção de fazer alterações profundas ao funcionamento dos serviços.

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O sindicalista destacou que, de facto, neste período “não houve nenhum caso concreto de alguma medida que pusesse em causa algum direito, nem houve uma alteração do funcionamento”, mas gostaria de discutir aprofundadamente questões que vêm de trás, como funcionamentos pontuais de alguns departamentos e algumas formas de organização do tempo de trabalho, nomeadamente o teletrabalho, além de outro “problema que ultrapassa o âmbito da câmara, que é o caso dos salários”.

“Neste momento estamos a dar o benefício da dúvida e estamos a deixá-los inteirar-se dos dossiês para depois podermos discuti-los. E então, se não tivermos uma resposta de acordo com as nossas expectativas, aí sim, denunciaremos essas situações que não estiverem de acordo com o que nós entendemos”, disse.

A coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), liderada por Carlos Moedas, venceu as eleições autárquicas em 26 de setembro, sem maioria absoluta, impedindo o socialista Fernando Medina de realizar um terceiro mandato.

No atual mandato (2021-2025), o executivo é composto por sete eleitos pela coligação “Novos Tempos” (três do PSD, dois do CDS-PP e duas independentes), que são os únicos com pelouros atribuídos, sete pela coligação “Mais Lisboa” (cinco do PS, um do Livre e uma independente), dois da coligação PCP/PEV (ambos do PCP) e uma do BE.