A percentagem de empresas “em potencial situação de risco” aumentou em todas as regiões em 2020, com 44,5% das empresas a apresentarem resultados líquidos negativos, contra 36,9% em 2019, divulgou esta terça-feira o Banco de Portugal (BdP).

Segundo os novos Indicadores económico-financeiros regionais das sociedades não financeiras do BdP, a percentagem de empresas com prejuízo “aumentou em todas as regiões”, sendo que “mais de metade das empresas do Algarve e da Região Autónoma da Madeira registaram resultados líquidos negativos (52,2% e 52,5% das empresas, respetivamente)”.

Já de entre as empresas com sede na Área Metropolitana de Lisboa, 49,1% encontravam-se na mesma circunstância.

Os dados do banco central apontam ainda que a rendibilidade do ativo das empresas caiu de 7,6% para 5,9% entre 2019 e 2020, num decréscimo “transversal a todas as regiões”, mas “mais expressivo” no Algarve e Madeira, cujo tecido empresarial depende mais do alojamento e restauração.

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De acordo com o BdP, a redução da rendibilidade “foi menos acentuada nas regiões Norte e Centro”, sendo que, “em 2020, estas regiões apresentavam também os valores de rendibilidade mais elevados”.

Em 2020, acrescenta, “todas as regiões do país registaram reduções expressivas na rendibilidade do ativo do setor do alojamento e restauração e, em 15 das 25 regiões do país, esta foi mesmo negativa”.

“Pelo contrário, a rendibilidade do ativo do setor da construção, que registou um ligeiro aumento em 2020, foi positiva em todas as regiões do país, tendo mesmo registado subidas em 10 das 25 regiões (NUTS III)”, nota.

Ainda assim, no ano em análise a autonomia financeira das empresas aumentou na maioria das regiões: “No seu conjunto, as empresas continuaram a reforçar os seus capitais próprios e a autonomia financeira (medida pelo peso do capital próprio no balanço) aumentou para 38,1% em 2020 (36,5% em 2019)”, avança o BdP.

Segundo salienta, “foram as empresas com sede na Área Metropolitana de Lisboa que mais reforçaram os seus capitais próprios em 2020. Nesta região, a autonomia financeira das empresas aumentou de 32,5% para 34,8%”.

Pelo contrário, as regiões autónomas e a região do Algarve observaram reduções de autonomia financeira.

O peso do capital próprio no ativo das empresas destas regiões fixou-se em 34,0% no Algarve, 35,7% na Região Autónoma dos Açores e 43,1% na Região Autónoma da Madeira.

Já “as empresas da Região Autónoma da Madeira, apesar do decréscimo observado, continuaram a apresentar o valor mais elevado para este indicador”.

Estes novos indicadores económico-financeiros regionais das sociedades não financeiras agora publicados pelo Banco de Portugal são apresentados por setor de atividade e região e incidem sobre a rendibilidade, o financiamento, a liquidez e o risco das empresas.

No total, estão disponíveis 16 indicadores para 95 setores de atividade e 32 regiões (detalhe NUTS II e NUTS III).