O príncipe André respondeu oficialmente ao processo civil de agressão de sexual de Virginia Giuffre e exigiu um julgamento por júri, escreve a Sky News, que cita documentos judiciais.

Os documentos de 11 páginas, apresentados esta quarta-feira num tribunal norte-americano, revelam que o príncipe negou todas as acusações que foram feitas contra ele e que “exige um julgamento por júri”.

O The Guardian refere que, nos respetivos documentos, o príncipe nega ter conspirado com Jeffrey Epstein e que o norte-americano “traficasse” jovens a favor dele. A Sky News acrescenta que na documentação indica as razões pelas quais André não deve ser acusado, nomeadamente que a vítima reside na Austrália, a sua “conduta ilícita”, que passou demasiado tempo desde a alegada agressão e que Giuffre desistiu dos seus direitos quando assinou um acordo com Jeffrey Epstein.

Virginia Giuffre, de 38 anos, acusa o príncipe André, de 61 anos, de a forçar a ter sexo há mais de 20 anos, quando ainda era menor de idade, na casa da socialite britânica entretanto condenada Ghislaine Maxwell, na mansão de Epstein e também na ilha particular do norte-americano, que morreu na prisão.

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Em 2009, Giuffre chegou a um acordo com Epstein no valor de 500 mil dólares. Segundo a documentação, divulgada no início de janeiro no âmbito do processo movido contra André, em troca do valor acordado, Giuffre comprometeu-se a “renunciar, liberar, absolver, satisfazer e exonerar para sempre as referidas e segundas partes e qualquer outra pessoa ou entidade que poderia ser indiciada como réu (…) de todos os tipos de ação e ações (…), incluindo estatal ou federal”.

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O nome do filho de Isabel II não é referido, mas o acordo tem sido utilizado pela sua defesa para tentar travar o processo de agressão sexual movido contra si. A 12 de janeiro, depois de uma semana de espera, o duque de York ficou a saber que o juiz distrital de Nova Iorque, Lewis Kaplan, rejeitou a tentativa.

Kaplan recusou-se a arquivar o caso depois de ouvir os argumentos dos advogados do príncipe André e da mulher que o acusa de abusos sexuais quando ainda era menor, Virginia Giuffre. Já então a imprensa britânica discutia a eleva possibilidade de o filho da monarca enfrentar um julgamento nos Estados Unidos nos últimos meses do ano. 

A decisão caiu que nem uma bomba na família real e as consequências fizeram-se desde logo conhecer, com o Palácio de Buckingham a anunciar, via comunicado, que as afiliações militares e os patrocínios reais do príncipe André seriam devolvidos à rainha, além de que este continuaria a não assumir quaisquer deveres públicos — também o título de “sua alteza real” cairia.

Dias depois de perder os títulos militares, o príncipe apagava as respetivas contas nas redes sociais.