Portugal deverá receber mais dinheiro da chamada “bazuca” europeia do que o previsto, cerca de mil milhões de euros a mais. Essa é a expectativa, apurou o Observador junto de fonte do Governo, em relação ao que será o resultado do novo cálculo que a Comissão Europeia se prepara para fazer em abril. Depois de ser feito esse cálculo, alguns países vão receber mais do que o previsto, outros menos, conforme o impacto que a pandemia teve em cada uma das economias.

Ainda não há dados definitivos que permitam calcular com maior exatidão o valor adicional que Portugal vai receber ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas os indicadores económicos preliminares colocam o país no grupo dos que irão ver o envelope financeiro revisto em alta. Outro estado-membro que também irá receber mais é Espanha: como a agência Bloomberg noticiou há uma semana, o país vizinho deverá receber mais sete mil milhões do que previa (cerca de 10% a mais) ao passo que Bélgica e Países Baixos poderão receber menos.

Neste momento, está previsto que Portugal receba 13.944 milhões de euros em subvenções, ao que se somam cerca de 2.700 milhões de euros na forma de empréstimos em condições favoráveis (esses, sim, que têm de ser reembolsados). Ao que o Observador apurou, os cerca de mil milhões irão recair na componente de subvenções, ou seja, nas verbas não-reembolsáveis que virão de Bruxelas.

A confirmar-se será um aumento a rondar os 7% no valor das subvenções recebidas por Portugal. Mas só depois de março, quando saem os dados detalhados do Eurostat sobre o desempenho das economias, é que o valor definitivo será estimado e espera-se que uma decisão seja formalmente apresentada em abril.

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Este é um cálculo que estava previsto, desde quando foi anunciada a “bazuca”, fazer-se na primavera de 2022, mas o facto de alguns países irem receber menos dinheiro, à luz dos critérios pré-definidos, poderão criar um problema para Bruxelas porque a maioria desses países já tem planos de execução que, assim, terão de ser revistos em baixa.

Quanto a Portugal, estimando-se uma valor mais elevado que o inicialmente previsto, ainda não existe informação sobre o que acontecerá, na prática, com o PRR nacional. Mas o mais provável é que o montante extra seja distribuído por componentes já contratualizadas, ou seja, reforçando planos de investimento já acordados em vez de serem adicionadas novas rubricas ao plano.

Espanha deve receber mais 10% da “bazuca” europeia do que estava previsto