O primeiro-ministro da Hungria defendeu hoje “a paz, a calma e a negociação” relativamente à crise ucraniana, mas rejeitou a ideia de um acordo entre os Estados Unidos e a Rússia excluindo os europeus.

Em declarações aos jornalistas em Madrid, depois da participação num encontro de líderes da direita e extrema-direita europeias, organizado pelo partido espanhol Vox, Viktor Orbán confirmou que a crise entre a Rússia e a Ucrânia foi um dos temas em cima da mesa. “Temos de mobilizar as nossas energias para este processo, negociar e encontrar um caminho para a paz”, disse o líder da Hungria, que esta semana tem previsto um encontro com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Orbán salientou que o encontro com Putin faz parte da reunião anual entre os dois líderes, vincou que o principal tema será a economia, mas reconheceu que será difícil não falar da crise na Ucrânia, apesar de a reunião ser, garantiu, ‘business as usual’.

Para além da crise de segurança no leste europeu, Orbán disse também que a reunião em Madrid teve como tema principal o preço da energia, classificando-o como “uma tragédia para milhões de famílias europeias”. A ideia, concluiu, “de que para defender o ambiente temos que subir o preço da energia é irracional”.

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A Ucrânia está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscovo. A guerra no Donbass já provocou cerca de 14.000 mortos e 1,5 milhões de desalojados, segundo a ONU.

As autoridades de Moscovo recusam-se a falar com o Governo de Kiev sobre o conflito, alegando que a Rússia não está envolvida, e defendem que os ucranianos devem antes discutir a questão com os líderes separatistas de Donetsk e Lugansk.

Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019. Conselheiros políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.