A União Europeia (UE) adotou esta sexta-feira medidas restritivas contra cinco “membros proeminentes” da junta militar no poder no Mali, incluindo o primeiro-ministro de transição, Choguel Kokalla Maiga, que acusa de obstruírem a transição política no país.

Em comunicado, o Conselho da UE anuncia que decidiu “impor medidas restritivas a cinco indivíduos, tendo em conta a situação no Mali, na sequência da sua decisão de 13 de dezembro de 2021 e dos recentes desenvolvimentos no país”, precisando que os cinco responsáveis ficam impedidos de entrar ou transitar no espaço da UE, sendo ainda alvo de um congelamento de bens.

“Além disso, os cidadãos e empresas da UE estão proibidos de colocar fundos à sua disposição, direta ou indiretamente”, acrescenta a nota.

De acordo com o bloco europeu, que havia decidido em dezembro de 2021 avançar com sanções, os cinco indivíduos agora sancionados “são responsáveis por ações que obstruem e prejudicam a conclusão bem-sucedida da transição política do Mali”, país governado por uma junta militar desde o ano passado, na sequência de dois golpes de Estado, condenados pela generalidade da comunidade internacional.

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Além de Choguel Maiga, a UE impôs sanções a Malick Diaw (presidente do Conselho Nacional de Transição), Ismael Wague (ministro da Reconciliação), Ibrahim Ikassa Maiga (ministro da Refundação) e a Adama Ben Diarra, também conhecido como “Ben o Cérebro”, líder do movimento Yéréwolo, principal apoiante das autoridades de transição, de que também é membro.

As sanções da UE seguem-se às decretadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que em 9 de janeiro passado decretou o encerramento das fronteiras com o Mali e um embargo comercial e financeiro, sancionando duramente o plano da junta militar de continuar a liderar o país durante pelo menos cinco anos, em vez de organizar eleições presidenciais e legislativas em 27 de fevereiro, conforme se tinha comprometido antes.

“A UE continua a acompanhar o povo do Sahel e reafirma o seu total empenho no estrito cumprimento do Estado de direito, dos direitos humanos e do direito humanitário internacional no Mali”, conclui o comunicado do Conselho da UE.