O funeral de Rayan, o rapaz de cinco anos que morreu no sábado em Marrocos depois de estar quatro dias preso num poço, realizou-se esta segunda-feira.

Uma multidão reuniu-se na aldeia de Ighran, na província marroquina de Chefchaouen esta segunda-feira para prestar homenagem a Rayan Oram. Tal foi a adesão à cerimónia fúnebre — decorrida depois da oração muçulmana do meio-dia — que as centenas de pessoas que se dirigiram ao local do funeral não couberam todos no cemitério da aldeia, assim como no local de orações.

Tenho mais de 50 anos e nunca vi tantas pessoas num funeral. Rayan é o filho de todos nós”, afirmou à Reuters um dos habitantes da aldeia, segundo a BBC.

um outro habitante da aldeia, segundo o canal Al Jazeera, considerou que “a morte de Rayan renovou a fé na humanidade, uma vez que pessoas de diferentes línguas e países expressaram a sua solidariedade“.

Foram muitos os cartoons de apoio, mas a história de Rayan acabou de forma trágica

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No sábado, figuras de destaque como o Rei Mohammed VI de Marrocos, o Papa Francisco e o Presidente francês Emmanuel Macron expressaram condolências pela morte do rapaz de cinco anos. Na final da Taça das Nações Africanas, disputada no domingo entre as equipas do Egito e do Senegal, realizou-se um minuto de silêncio em homenagem a Rayan Oram.

O rapaz encontrava-se com o pai, Khaled Oram, a reparar o poço, perto da residência da família, quando caiu no buraco de terra. Durante quatro dias e quatro noites, Rayan permanceu a 32 metros no subsolo, num poço com um diâmetro máximo de apenas 45 centímetros.

O “trabalho de ourives” que é necessário para resgatar uma criança como Rayan. E que nem sempre corre bem

Não sendo possível aceder ao rapaz pelo poço, uma vez que, além da reduzida largura do buraco, havia ainda o risco de um novo deslizamento de terra sobre Rayan, foram realizadas operações de socorro que consistiram na escavação de um buraco lateral, com recurso a retroescavadoras, e mais tarde, já a poucos metros da localização do rapaz, as escavações foram realizadas de forma manual.

Embora consciente dentro do poço, e com água, alimentos e oxigénio a serem providenciados por um tubo inserido no poço, Rayan Oram acabou por morrer, tendo o seu corpo sido transportado para o hospital militar de Rabat.