Quatro vitórias e um empate de um lado, cinco triunfos do outro. Depois de uma fase mais irregular ao longo da época, Sporting e FC Porto conseguiram de novo estabilizar o caminho no Campeonato e chegavam a este sábado com um encontro no Pavilhão João Rocha que iria decidir a liderança da fase regular da prova a oito jornadas do final, com a vantagem no fator casa que fica depois garantida no playoff. Mais do que isso, e polémicas no futebol à parte depois do clássico da véspera no Dragão, era um momento de acerto de contas entre os dois conjuntos, que faziam a quarta partida oficial da temporada de 2021/22 e a 11.ª nos últimos 15 meses desde que todas as competições foram suspensas pela pandemia, a meio de março de 2020.

“O FC Porto é uma grande equipa com a qual nos temos vindo a defrontar nos últimos tempos e percebemos quais as dificuldades que nos colocam. Vai ser um grande espectáculo de hóquei em patins mas ainda não é um jogo decisivo nesta fase do Campeonato. O FC Porto tem uma matriz bem estruturada. São uma equipa muito intensa, com muita dinâmica, com um processo ofensivo muito vertical. É uma equipa, que do ponto de vista defensivo, está ligeiramente diferente, é um conjunto humilde no seu processo defensivo. Passar para a liderança? O Sporting é uma equipa de causas, não de consequências. Passar a ser líder isolado, em caso de vitória, é uma consequência se atuarmos bem na causa que é o jogo”, comentara Paulo Freitas, treinador de um Sporting motivado pelos triunfos com a Oliveirense e em Tomar, aos meios do clube.

“Sabemos que os jogos frente ao Sporting são sempre muito renhidos e este não vai fugir à regra. Queremos ir a Lisboa vencer o jogo, temos as nossas caraterísticas e pontos fortes, vamos tentar aproveitá-los e tentar que o Sporting não consiga fazer o jogo deles, que é muito bom também. Estes vão ser jogos completamente diferentes dos anteriores, nos outros estava um título em disputa, era uma final. Neste jogamos três pontos, mas não decide nada na classificação final. Acho que as duas equipas vão encarar o jogo para vencer, para nós é importante e acredito que para eles também seja. Vamos à procura dos três pontos para continuarmos em primeiro, no nosso lugar, e que seja assim no final”, referira Gonçalo Alves, melhor marcador dos azuis e brancos e habitual figura dos clássicos, também aos meios dos azuis e brancos.

Era assim que chegava este clássico, com vantagem na presente temporada para os dragões que ganharam na primeira volta do Campeonato (9-5) e conquistaram depois a Taça Intercontinental com um triunfo em casa na primeira mão por 6-3 e uma derrota no segundo jogo em Alvalade por 6-5, quebrando um longo jejum de 25 anos sem títulos internacionais na época seguinte às derrotas com o Sporting na final da Liga Europeia e do Campeonato. E a tendência azul e branca manteve-se mesmo no Pavilhão João Rocha: o FC Porto goleou o Sporting, ganhou fora pela primeira vez desde 2016 e conseguiu o primeiro triunfo neste recinto.

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O encontro começou por ser marcado por uma pequena lesão de Xavi Malián que levou à entrada de Tiago Rodrigues por um minuto e meio até ao regresso do espanhol e teve um Sporting mais perigoso nos minutos iniciais mas foi o FC Porto a inaugurar o marcador por Carlo Di Benedetto, após um grande passe de Gonçalo Alves (8′). No entanto, Romero, na sequência de um livre direto por cartão azul a Reinaldo Garcia, não demorou a fazer o empate (11′) num clássico que teve depois um minuto de loucos com três golos: Telmo Pinto fez o 2-1 num lance semelhante ao de Di Benedetto surgindo oportuno na área (13′), Toni Pérez chegou à igualdade na reposição com uma recarga na área (13′) e Rafa apontou o 3-2 de meia distância (14′).

Confirmava-se a regra dos muitos golos em jogos entre leões e dragões mas a marcha do marcador iria até ao final sofrer uma viragem, com os visitados a tentarem forçar o ritmo no ataque sem sucesso entre várias boas intervenções de Xavi Malián e os visitantes aproveitaram as saídas rápidas para irem cimentando a vantagem no marcador por Telmo Pinto (20′) e Di Benedetto, neste caso numa situação em que surgiu isolado frente a Girão (22′). O intervalo chegaria com os azuis e brancos na frente por 5-2 e com mais um no arranque do segundo tempo após um cartão azul a João Souto por protestos com a equipa de arbitragem.

O início da etapa complementar podia fechar a partida mas os dragões não conseguiram aproveitar a situação de power play no arranque e o resultado manteve-se por largos minutos, com Romero a falhar também um livre direto pela décima falta dos dragões e, na sequência do lance, Ferran Font a ver um duplo cartão azul de novo por protestos. Mais uma vez os azuis e brancos não beneficiaram da vantagem numérica mas sobravam pouco mais de 12 minutos para os leões arriscarem uma reviravolta cada vez mais improvável e Xavi Barroso, com um remate rasteiro cruzado, desfez por completo essa possibilidade (39′). Romero ainda falharia mais um livre direto antes de Ezequiel Mena fazer o 7-2 em power play após mais um cartão azul a jogadores leoninos, desta vez Verona (43′). Romero fez o 7-3 final de bola parada (47′).