Os laboratórios Germano de Sousa adiaram a reabertura para esta terça-feira, cinco dias após o ataque informático sofrido. A notícia foi avançada pela Rádio Renascença e entretanto confirmada ao Observador pelo fundador da instituição. Germano de Sousa prevê que a rede de laboratórios volte a funcionar “em pleno” na quarta-feira e afirma: “Não negociamos com criminosos”.
Estamos a criar novos circuitos para que não haja a mínima hipótese de nova interferência ou ataque. Para segurança de todos os doentes e de todos aqueles que confiam em nós, decidimos atrasar um pouco a abertura dos laboratórios. Amanhã talvez o Porto já abra. Ao final do dia de hoje, poderá haver ligações estabelecidas com hospitais parceiros. E na quarta-feira, com certeza, estaremos abertos em pleno”, explica Germano de Sousa ao Observador.
O dono da rede de laboratórios volta a garantir que os dados dos clientes não foram violados. Germano de Sousa adianta que recebeu um pedido de resgate e avisa que nunca vai ceder a piratas informáticos. “Não aceitámos o pedido de resgate. Neste tipo de ataques, o ransomware envia links para nós abrirmos, prometendo que repõem tudo se nós pagarmos. Achamos que isso é criminoso e recusamo-nos a negociar com esses criminosos”, reitera.
O Grupo Germano de Sousa já tinha divulgado na manhã desta segunda-feira um comunicado no qual fez um ponto de situação. “O grupo está a tomar as diligências necessárias no sentido de mitigar o ataque informático e recuperar a sua atividade para dar resposta aos seus utentes o mais rápido possível”, refere numa nota publicada na sua página na internet.
Relativamente aos resultados de exames pendentes, o grupo adianta que ainda não tem capacidade de os enviar até que a situação fique totalmente resolvida. Na semana passada, a rede de laboratórios explicou que o ataque informático dificultou a comunicação com os hospitais parceiros, como a CUF, o que causou um atraso na realização e entrega de exames.
A decisão de parar a atividade dos laboratórios foi justificada com razões de segurança e com a necessidade de repor o funcionamento habitual dos serviços, sem constrangimentos para os utentes. Desde quinta-feira que não são feitos testes ou exames aos doentes.
Quanto ao impacto desta paragem no relatório diário de novos casos de Covid-19, o médico e responsável Germano de Sousa assegura que o atraso já foi resolvido e os dados em falta já foram repostos.
Atualizado às 9h20 com as declarações de Germano de Sousa ao Observador