Os Estados Unidos da América, o Reino Unido e o Canadá são os países mais afetados por ransomware, um tipo de ataque informático cujo o objetivo é conseguir um resgate económico das vítimas. Os dados são avançados pelo relatório semestral de “Threat Intelligence“, da S21sec, uma empresa de cibersegurança, que, entre os 101 países analisados, põe Portugal no 31º lugar.

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Segundo o mesmo relatório da empresa de cibersegurança, uma das principais falhas de segurança observadas “tem sido a exploração das vulnerabilidades existentes na infraestrutura alvo”. Por isso, Hugo Nunes, responsável da equipa de Intelligence da S21sec, diz que “é importante que as empresas tenham em consideração este tipo de ameaça e que se concentrem na atualização e manutenção das suas infraestruturas”.

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O ransomware, afinal de contas é um negócio, tendo ao longo destes meses evoluído para um modelo Ransomware-as-a-Service (ransomware como um serviço), onde existe uma divisão de especialização dos cibercriminosos envolvidos no ataque e dos lucros adjacentes ao seu sucesso, ficando os operadores com uma percentagem do dinheiro ganho com os ataques levados a cabo pelas filiais, enquanto estas garantem a infraestrutura de suporte ao ‘negócio’ e se empenham no desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas aplicadas”, diz Hugo Nunes.

Ao todo, em todos os países analisados durante a segunda metade de 2012, houve 1.694 vítimas de ransomware, que, como explica a S21sec, se “tornou um dos tipos de ciberataques com maior crescimento e impacto”. Do número de ataques apresentados, os EUA foram alvo de 757. Espanha, que surge em oitavo lugar — teve 32.

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Este ano, Portugal teve alguns casos de ataques informáticos mais mediáticos, como o que sofreu o grupo Impresa (Sic, Opto, Expresso) no início de 2022 ou a Vodafone e o grupo Germano de Sousa na semana passada. De acordo com Hugo Nunes, o “setor das telecomunicações tem sido um dos mais atingidos durante a pandemia, desde os embustes partilhados nas redes sociais sobre o 5G, até aos phishings [mensagens enviadas com o objetivo de ludibriar os destinatários] em que os clientes das operadoras são aliciados com falsas ofertas de gigabytes gratuitos por causa do coronavírus ou concursos para ganhar telemóveis”.