O príncipe André chegou a acordo com a mulher que o acusava de abuso sexual quando ainda era menor de idade, Virginia Giuffre, avança o The New York Times. O acordo foi conhecido esta terça-feira num tribunal nova-iorquino.
De acordo com o Telegraph, a quantia acordada entre ambos foi de 12 milhões de libras (14,3 milhões de euros), um valor negociado ao longo dos últimos 10 dias e estabelecido este fim de semana. Parte do valor será pago pelos fundos privados da rainha Isabel II, afirma a mesma fonte.
Em troca, o duque não vai a tribunal indiciado pelos crimes de abuso sexual e não há admissão de culpa por parte do duque de York, de acordo com um comunicado conjunto divulgado esta tarde. O filho da rainha Isabel II pretende, no entanto, “fazer uma doação substancial” (já incluída na quantia acordada com Virginia Giuffre) a uma instituição de caridade que apoia “os direitos das vítimas”, lê-se no comunicado já citado.
O acordo chega semanas antes da data em que o príncipe ia ser interrogado, em Londres, pela equipa legal de Giuffre. Como detalhado à data, o duque de York seria forçado a prestar um testemunho sob juramento perante os representantes da queixosa, David Boies e Sigrid McCawley, estimando-se que o interrogatório pudesse durar dois dias. Depois do príncipe depor, os advogados iriam ouvir Shukri Walker, a mulher que alega tê-lo visto com Virginia Giuffre numa discoteca há 20 anos, bem como Robert Ashton Olney, antigo assistente pessoal do príncipe.
Príncipe André, que nega todas as acusações de Virginia Giuffre, exige julgamento por júri
Virginia Giuffre, hoje com 38 anos, acusava o filho de Isabel II, de 61 anos, de a forçar a ter sexo há mais de duas décadas, quando ainda era menor de idade, na casa da socialite britânica entretanto condenada Ghislaine Maxwell, na mansão de Epstein e também na ilha particular do norte-americano, que morreu na prisão. No final de janeiro, o duque de York respondeu oficialmente ao processo civil de agressão de sexual e exigiu um julgamento por júri.
O caso que agora culmina num acordo entre as partes ameaçava ensombrar o Jubileu de Platina de Isabel II, que ascendeu ao trono há sete décadas, um marco assinalado no passado dia 6 de fevereiro. O Palácio de Buckingham chegou, inclusive, a anunciar que as afiliações militares e os patrocínios reais do príncipe André tinham sido devolvidos à rainha e este ia deixar de usar o título de “sua alteza real”.