A Associação Portuguesa de Bares e Discotecas pediu esta quinta-feira uma “campanha massiva” de promoção de Portugal no estrangeiro para o regresso do turismo e um “apoio musculado” às empresas do setor após “dois anos muito difíceis” devido à pandemia.
“É com muito agrado que vemos o fim da obrigatoriedade dos testes e dos certificados digitais para entrar nos bares e discotecas e esperamos que seja promulgado já para estar em vigor este fim de semana”, disse à Lusa o presidente da associação, Ricardo Tavares, numa referência ao fim de medidas de controlo da pandemia aprovadas hoje pelo Conselho de Ministros.
Ricardo Tavares sublinhou que os últimos dois anos, coincidindo com a pandemia, foram “muito difíceis” para este setor, que chegou a estar 19 meses consecutivos totalmente encerrado, e pediu que agora o Governo faça uma “campanha massiva” de promoção de Portugal no estrangeiro, para haver um regresso do turismo a níveis anteriores a 2020, de forma a que os bares e as discotecas recuperem nos próximos cinco anos do impacto desta crise e ainda possam viver “uns loucos anos vinte”.
Atualmente, “já há alguns clientes estrangeiros” nos bares e discotecas, “mas nada que se compare com os níveis pré-pandemia”, afirmou, estimando que os turistas sejam hoje 5% do número que havia antes da Covid-19.
“É preciso uma campanha massiva do Turismo de Portugal para que as pessoas voltem e voltem a ter confiança na noite. E também recuperar a confiança dos portugueses na noite. A noite é segura”, insistiu o presidente da Associação Portuguesa de Bares e Discotecas, para quem nestes dois anos se criou a ideia, com as medidas específicas dirigidas ao setor, de que “o vírus era noturno” e só circulava nos bares e discotecas.
Ricardo Tavares disse esperar que o Governo chame as associações deste setor “nos próximos dias” para “negociar” uma campanha de promoção de Portugal. Defendeu também um “apoio musculado às empresas que subsistem” e que “terá de existir”, após estes dois anos, para as empresas conseguirem “reinventar os negócios” e voltar a ter o dinamismo que tinham antes de 2020.
Os bares e discotecas reabriram em 14 de janeiro, após encerramento de três semanas no âmbito das medidas de contenção da pandemia, com os clientes sem dose de reforço da vacina da Covid-19 ou sem certificado de recuperação da doença a terem de apresentar teste negativo para entrar.
Segundo Ricardo Tavares, estas últimas semanas, desde 14 de janeiro, “foram muito difíceis” porque as regras para entrar nos bares e discotecas afastaram potenciais clientes e, por outro lado, obrigaram “a mais investimento” por parte dos empresários, que tiveram de contratar pessoas para fazerem testes à entrada e comprar “kits” de testagem.
Os bares e discotecas tinham reaberto em outubro pela primeira vez desde o início da pandemia em Portugal, após 19 meses parados, sendo que, entre outubro e dezembro, para entrar nestes espaços, era necessário apresentar teste negativo antigénio ou PCR ou certificado de recuperação da Covid-19, mesmo no caso de pessoas vacinadas.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.836.026 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse. Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.666 pessoas e foram contabilizados 3.131.899 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.