O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou este domingo que a decisão russa de manter tropas na Bielorrússia para além das manobras militares conjuntas previstas é um sinal de que Moscovo “está a preparar uma invasão da Ucrânia”.

“O facto de estes exercícios, que deviam terminar hoje, continuarem, encaixa na ideia de que a Rússia se prepara para invadir a Ucrânia”, afirmou o norueguês numa entrevista à televisão norte-americana CBS News.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também interpretou a continuação de militares russos em território bielorrusso como um sinal de que a Rússia está prestes a invadir o seu vizinho ocidental.

Jens Stoltenberg indicou que os exercícios conjuntos estavam planeados para o outono do ano passado e que decorrem agora, acompanhando “uma escalada militar significativa a cercar a Ucrânia”.

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O secretário-geral da Aliança Atlântica afirmou que se trata do maior destacamento militar na Bielorrússia desde o tempo da Guerra Fria e que desde o início, no passado dia 10, inquietam o governo ucraniano e os seus aliados ocidentais.

Reiterou que a NATO está disposta a “reforçar ainda mais” a sua presença militar no seu flanco oriental, apesar de a Ucrânia não ser membro, caso haja uma invasão russa.

O ministro da Defesa bielorrusso, Victor Jrenin, anunciou este domingo que as tropas russas ali continuarão, justificando a decisão com o agravar da tensão entre Rússia e Ucrânia, com quem a Bielorrússia também tem fronteira.

Segundo a Presidência francesa, o líder russo, Vladimir Putin, afirmou hoje numa conversa telefónica com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que tenciona retirar as suas forças da Bielorrússia.

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150 mil soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.

Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.

Entretanto, aumentaram nos últimos dias os confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.