Depois de fazer explodir o número de contágios por Covid-19, a variante Ómicron trouxe outra surpresa: uma subvariante, a BA.2, que é já dominante em países como a Dinamarca. Mas as novidades não ficam por aqui: há ainda uma sub-linhagem, a BA.2 H78Y que os cientistas dizem poder ser “extra-agressiva” e mais transmissível que as antecessoras.
Porquê? Um artigo publicado na revista científica Journal of Medical Virology, tenta responder a esta questão: tudo indica que a BA.2 H78Y impede o corpo de destruir as células infetadas.
Os cientistas explicam que o gene ORF3a (conhecido como H78Y) codifica uma proteína necessária para criar viroporinas — proteínas virais —, que criam canais que permitem a libertação do vírus nas células infetadas. Os investigadores acreditam que esta proteína tem um papel fundamental a induzir a morte celular, nas células infetadas. A morte celular, explicam, é um mecanismo de defesa, porque ao morrer, a célula infetada não se reproduz e o vírus não se espalha. Neste caso, a mutação parece estar a evitar a morte celular, ou seja, a impedir um mecanismo que impede a expansão da Ómicron.
Os cientistas, referidos pelo jornal El Espanol, alertam para o facto de serem necessários mais estudos sobre o assunto, de modo a compreender se esta mutação explica a expansão da sub-linhagem na Dinamarca, onde já é prevalente.