As tropas russas destruíram o maior avião de carga do mundo, o Antonov An-225, num ataque contra o aeroporto de Hostomel, perto de Kiev, anunciaram este domingo as autoridades de Kiev.

“Os invasores russos destruíram a aeronave principal da força aérea ucraniana, o An-225, no aeroporto Antonov em Hostomel, onde estava a ser reparada”, disse o grupo da indústria de defesa Ukroboronprom.

O aeroporto, situado a 25 quilómetros a noroeste de Kiev, tem sido palco de violentos confrontos desde que o exército russo iniciou a invasão da Ucrânia, na quinta-feira, por se tratar de uma infraestrutura estratégica.

“A Rússia destruiu o nosso ‘Mriya’ [“Sonho”, em ucraniano]. Mas nunca irá destruir o nosso sonho de um Estado europeu forte, livre e democrático. Ganharemos!”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na rede social Twitter.

Com 84 metros de comprimento, uma envergadura de 88 metros e um trem de aterragem de 32 rodas, o An-225, de que só existia um exemplar, podia transportar até cerca de 250 toneladas de carga a velocidades até 850 quilómetros por hora.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O diretor-geral da indústria de defesa ucraniana, Yuri Husev, disse que a recuperação do avião custará mais de 3.000 milhões de dólares (mais de 2.600 milhões de euros) e poderá demorar mais de cinco anos.

“A nossa missão é assegurar que estas despesas sejam cobertas pela Rússia, que infligiu deliberadamente danos à força aérea ucraniana”, disse o grupo na rede social Facebook.

De acordo com a televisão britânica BBC, a partida do avião estava prevista para 24 de fevereiro, o dia em que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, mas os voos foram suspensos.

O An-225 foi construído na Ucrânia como parte do programa espacial soviético, nomeadamente para transportar o vaivém “Buran”, e fez o seu primeiro voo em 1988.

Após vários anos de inatividade devido à falta de recursos após o colapso da União Soviética, o único avião existente do programa fez um voo de teste em 2001, em Hostomel (ou Gostomel).

Desde então, tem sido operado pela companhia aérea ucraniana Antonov Airlines para voos de carga e era muito procurado, particularmente no início da pandemia de covid-19, segundo a agência France-Presse.