Volodymyr Zelensky acusou esta segunda-feira a Rússia de atingir civis de forma “deliberada”, atirando mísseis em Kharkiv, “uma cidade pacífica” com “áreas residenciais pacíficas” e sem instalações militares. Para o Presidente ucraniano, esta ação é “claramente um crime de guerra”.
“Deve haver um tribunal internacional [para julgar] este crime. Isto é uma violação de todas as convenções”, disse o chefe de Estado ucraniano num discurso ao país, revelando que, em cinco dias de invasão, o território ucraniano foi atingido por 56 ataques de mísseis, tendo sido disparados 113 mísseis de cruzeiro.
Bombas de estilhaço e de vácuo. A Rússia pode estar a cometer crimes de guerra na Ucrânia
Para Zelensky, um Estado que comete crimes de guerra contra civis não “pode ser membro do Conselho de Segurança”. “Um Estado destes não pode ter acesso a todos os portos, canais e aeroportos no mundo.” O Presidente ucraniano sinalizou também que um “exército malvado com mísseis, bombas e artilharia deve ser parado imediatamente” e “destruído economicamente”.
Sobre o encontro entre Kiev e Moscovo, o Presidente ucraniano referiu que “negociações justas” não podem acontecer quando um lado atinge outro com rockets. Segundo o ponto de vista de Zelensky, isto é uma maneira de a Rússia “pôr pressão”, enfatizando que a Ucrânia “não aceita essas táticas”.
Destacando que “por agora” as negociações não obtiveram o “resultado desejado”, Zelensky detalhou que a Rússia partilhou a sua posição, ao passo que a Ucrânia fez o mesmo. “Recebemos alguns sinais”, adiantou, assegurando que, quando a delegação que deixou esta segunda-feira a Bielorrússia chegar a Kiev, “analisar-se-á o que se ouviu” e depois o governo vai “decidir como proceder à segunda ronda de negociações”.