Apesar da “incerteza elevada” causada pela guerra na Ucrânia, a Reserva Federal dos EUA considera ser “apropriado” subir as taxas de juro daqui a poucos dias, na próxima reunião da cúpula do banco central mais poderoso do mundo, marcada para 15 e 16 de março.

Num discurso preparado para ser lido esta quarta-feira no Congresso dos EUA, o presidente da Fed, Jay Powell, afastou quaisquer suposições de que, por causa da guerra na Ucrânia, o banco central pudesse optar por não mexer nas taxas de juro e nas restantes ferramentas da política monetária.

Existe uma “elevada incerteza em torno das implicações [dessa guerra] para a economia dos EUA“, pode ler-se no discurso preparado de Jay Powell, onde o responsável lamenta “as dificuldades tremendas” que a invasão da Ucrânia está a provocar, acima de tudo, do ponto de vista humanitário.

Do ponto de vista da economia norte-americana, “as implicações são muito incertas, e continuaremos a monitorizar de perto a situação“, considera Powell, sublinhando a necessidade de o banco central dos EUA manter a agilidade e a flexibilidade para responder aos acontecimentos.

Porém, pelo menos para já, o que preocupa mais a Reserva Federal, no cumprimento do seu mandato, é a inflação. “Vamos usar as nossas ferramentas de política [monetária] para evitar que a inflação mais elevada se enraize, ao mesmo tempo que promovemos uma expansão [económica] sustentável e um mercado de trabalho robusto”, notou o responsável, num discurso em que confirma que este processo irá envolver “aumentos das taxas de juro”.

“Já descontinuámos as nossas compras de ativos. Com a inflação bem acima de 2% [7,5%, segundo a última leitura] e um mercado de trabalho forte, antecipamos que será apropriado aumentar o nível da taxa de juro na nossa próxima reunião“, confirmou.

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