O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou este sábado que uma escalada do conflito na Ucrânia terá consequências económicas “devastadoras” a nível mundial.
Para além do conflito em si, as sanções contra a Rússia “terão também um impacto substancial na economia global e nos mercados financeiros, com efeitos colaterais para outros países”, advertiu também o FMI.
Mesmo que as previsões permaneçam sujeitas a uma “incerteza extraordinária”, “as consequências económicas já são muito graves”, observa a instituição.
A subida dos preços da energia e das mercadorias em geral, com o petróleo a aproximar-se agora dos 120 dólares por barril, está a aumentar a pressão inflacionista que o mundo já estava a sofrer à medida que a pandemia emergia.
Assim, o fundo prevê que “o salto nos preços terá efeitos a nível mundial, particularmente nas famílias de baixos rendimentos para as quais os gastos alimentares e energéticos representam uma proporção maior” dos seus orçamentos.
Quanto à Ucrânia, o FMI considera que é “já claro” que o país enfrentará custos “significativos” para reiniciar a sua economia e reconstruir edifícios e instalações destruídas ou danificadas.
O Fundo adianta que a assistência financeira de emergência solicitada pela Ucrânia, que o FMI já tinha reportado em 25 de fevereiro, ascende a 1,4 mil milhões de dólares.
O pedido poderá ser formalmente apresentado ao conselho de administração do FMI “já na próxima semana”, afirma o FMI em comunicado.
Os países com laços estreitos com a Ucrânia e a Rússia estão “particularmente em risco de escassez e de problemas de abastecimento”, refere também.
O Fundo indica que a Moldávia, por exemplo, já tinha solicitado uma recalibração e um aumento do plano de apoio que já recebe daquela instituição, para “fazer face aos custos da crise atual”.
O FMI diz já ter iniciado discussões com o governo moldavo sobre este assunto.