Mais de 140.000 pessoas fugiram da Ucrânia em 24 horas, elevando o número de refugiados para mais de 2,1 milhões desde 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu o país, anunciou esta quarta-feira a ONU.
Com a chegada de mais 143.959 pessoas aos países vizinhos da Ucrânia, o total passou para 2.155.271 refugiados, segundo os dados referentes a terça-feira.
Os dados foram divulgados a meio da manhã desta quarta-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), com sede na cidade suíça de Genebra.
A Polónia continua a ser o país que recebe mais pessoas, com 1.294.903 refugiados, seguindo-se Hungria (203.222), Eslováquia (153.303), Rússia (99.300), Roménia (85.444), Moldova (82.762) e Bielorrússia (592).
O ACNUR regista também 235.745 pessoas que viajaram para outros países europeus, incluindo Portugal, além dos que fazem fronteira com a Ucrânia.
A marca dos dois milhões de refugiados foi ultrapassada na segunda-feira, apenas 12 dias após o início dos combates.
Na terça-feira, quando este número foi divulgado, o chefe do ACNUR, Filippo Grandi, disse que se trata do fluxo mais rápido de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A agência das Nações Unidas para os refugiados calcula que quatro milhões de pessoas possam fugir da Ucrânia, se os combates não cessarem entretanto.
No relatório, o ACNUR alerta que “os números relativos a algumas chegadas representam uma estimativa”.
“A triangulação de informações e fontes é realizada numa base contínua. Por conseguinte, podem ocorrer alterações nos números, incluindo retroativamente“, segundo o ACNUR.
A agência da ONU diz também que “o direito de circular livremente dentro do espaço Schengen significa que existem muito poucos controlos fronteiriços dentro da União Europeia”.
Hungria, Polónia e Eslováquia são os três países Schengen que fazem fronteira com a Ucrânia.
A invasão da Ucrânia pela Rússia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou esta quarta-feira no 14.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.