Vladimir Putin está “zangado” com a evolução do conflito na Ucrânia. O Presidente russo considerava que o país vizinho era “fraco” e “facilmente intimidado”, mas ficou “frustrado” pela resistência dos ucranianos e do apoio dos aliados. O seu plano passava por uma “vitória rápida, decisiva e com um custo mínimo” em território ucraniano, sendo que também nunca esperaria pelo “impacto” das sanções económicas.

Segundo o que apurou o Politico junto a serviços de informação norte-americanos, Vladimir Putin deverá “dobrar” a presença militar na Ucrânia para alcançar o objetivo final: colocar um regime pró-russo em Kiev. No entanto, essa finalidade será “especialmente desafiante”, devido à revolta do povo ucraniano e das sanções sofridas pelo Kremlin.

Até agora, a estratégia inicial da Rússia “está a ser seguida de forma consistente”, mas encontra dificuldades, existindo já “falhas sérias” nas forças armadas russas. Contudo, Vladimir Putin não deverá voltar atrás e apostará na continuidade das hostilidades — mesmo que isso signifique enviar mais tropas. Não é ainda claro se o Presidente russo irá continuar o seu “plano maximalista da captura de maior parte da Ucrânia”, ou se mudará os objetivos entretanto.

Ainda assim, Vladimir Putin “não se deverá render” tão cedo. Os serviços de informações norte-americanos apuraram que o Presidente russo poderá dobrar a presença militar na Ucrânia. O único fator que poderá demover Putin será a resistência (ou falta dela) por parte da população russa.

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Na área das sanções, Presidente russo acreditava, segundo a CIA, que encontraria menor confrontação por parte da comunidade internacional. Embora expectasse as sanções quando mediu os riscos da invasão, Vladimir Putin nunca esperava o comprometimento dos Estados Unidos e os seus aliados na aplicação de sanções ao Kremlin. Adicionalmente, o facto de várias empresas privadas terem suspendido operações na Rússia, principalmente as petrolíferas, foi algo que o chefe de Estado da Rússia dificilmente antecipava.

Para os serviços de informação dos EUA, o Presidente russo mantém-se confiante de que “a Rússia conseguirá derrotar militarmente a Ucrânia”, apesar das dificuldades que sente no momento. E quer evitar, a todo o custo, que o Ocidente entre no conflito, algo que poderia levar a uma vitória da Ucrânia. Daí que Vladimir Putin tenha feito ameaças com o uso de armas nucleares após a entrada no conflito.

Cada vez mais fechado em si mesmo e com cada vez mais preponderância no Kremlin, Vladimir Putin estará “determinado a dominar e a controlar a Ucrânia”, estando “ressentido” com a Europa. A pandemia de Covid-19 fez com que o Presidente russo fechasse ainda mais o seu círculo de conselheiros, de acordo com os serviços de inteligência, que dizem que o mais importante é que não “questionem as suas opiniões”.

Numa decisão que terá sido ponderada apenas pelo próprio, Putin baseou-se num “número de assunções”. Não só considera a Ucrânia um país “fraco” em termos militares, como é da opinião que os europeus têm “aversão aos riscos” e estavam “distraídos com as eleições em França e com a sucessão na Alemanha”. “Estava errado e estes dias de conflito provam-no”, concluíram os serviços de inteligência dos EUA.