A invasão da Rússia à Ucrânia já está a ter impacto nas ligações religiosas entre Europa e Moscovo. A paróquia ortodoxa de São Nicolau de Mira, em Amesterdão, anunciou que cortou relações com a Rússia, sendo este o primeiro caso conhecido no território europeu. Esta paróquia quer agora juntar-se ao Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, com sede em Istambul, na Turquia.

“O clero anunciou por unanimidade que não é possível funcionar com o patriarcado de Moscovo e providenciar um ambiente espiritual seguro para os nossos fiéis”, anunciou a igreja através das redes sociais, acrescentando que “não haverá cultos na igreja” até uma nova reunião geral da paróquia.

Esta decisão é extremamente dolorosa e difícil para todos os envolvidos.”

A igreja ortodoxa russa em Amesterdão é uma das maiores congregações ortodoxas russas dos Países Baixos — composta por quatro padres e um diácono — e marcou a sua posição, contra o Kremlin, desde o início da invasão da Ucrânia. Esta Igreja condenou, aliás, a Igreja Ortodoxa Russa por não usar as palavras “invasão” e “guerra” para descrever o que está a acontecer na Ucrânia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta posição da Igreja ortodoxa surge depois de o chefe do patriarcado de Moscovo, o patriarca Cirilo, ter dito que quem está contra a Rússia nesta invasão é considerado uma “força do mal”. O patriarca não condenou a invasão e um grupo de padres de Lviv já pediu a formalização da independência da Igreja ucraniana, colocando fim aos laços com Moscovo.

Pode o país mais pequeno do mundo negociar a paz entre a Rússia e a Ucrânia? “As bases para a intervenção do Vaticano foram lançadas”

De acordo com o jornal The Guardian, mais de 280 sacerdotes ortodoxos russos e funcionários da Igreja de várias partes do mundo assinaram uma carta aberta, mostrando a sua oposição à guerra na Ucrânia e condenando a posição do Kremlin.