Os Estados-membros da União Europeia chegaram esta segunda-feira a um acordo sobre o alargamento da lista de oligarcas russos sancionados como represália pela agressão militar da Rússia à Ucrânia, que contempla a inclusão do multimilionário Roman Abramovich, revelaram fontes diplomáticas.
A decisão, que se enquadra do quarto pacote de sanções da UE contra Moscovo, anunciado na passada sexta-feira pela Comissão Europeia, terá que ser adotada formalmente, o que deverá suceder ainda durante o dia hoje, e deverá contemplar a inclusão na lista de sanções de mais 15 indivíduos e nove entidades, adiantaram as mesmas fontes.
A inclusão de Abramovich na lista de pessoas singulares e coletivas alvo de sanções do bloco europeu na sequência da agressão militar russa à Ucrânia — que já contemplava 862 pessoas e 53 entidades — coincide com a abertura de uma investigação em Portugal para comprovar se existem irregularidades na concessão da nacionalidade portuguesa ao empresário russo, por este ser descendente de judeus sefarditas.
Alegado jato de Abramovich deixa Israel rumo a Istambul
O jato alegadamente usado pelo oligarca russo sancionado, Roman Abramovich, deixou Israel esta segunda-feira rumo a Istambul, numa altura em que vários empresários russos enfrentam o congelamento de ativos na sequência da invasão russa.
Segundo uma fonte anónima consultada pela Reuters, o avião usado por Abramovich — que tem cidadania portuguesa e israelita — aterrou no Aeroporto Internacional Ben Gurion, o maior de Israel, no domingo, vindo de Moscovo. Tendo em conta as restrições de Israel face aos jatos particulares, após o início da guerra, estes não podem permanecer em solo israelita durante mais de 24 horas. De acordo com o site Radarbox, o jato voltou a descolar tendo como destino Istambul.
A Reuters esclarece que não conseguiu confirmar se Abramovich seguia ou não a bordo do avião, no entanto, teve acesso a uma fotografia que coloca o milionário russo no aeroporto israelita nesta segunda-feira, antes do jato associado a Abramovich ter levantado voo.
O cidadão português Roman Abramovich é um dos sete oligarcas russos sancionados pelo Reino Unido
A 10 de março, Abramovich, dono do clube de futebol inglês Chelsea e, desde abril 2021, também cidadão português, era um dos sete oligarcas russos na nova lista de alvos de sanções pelo governo britânico — a principal sanção aplicada é o congelamento de todos os bens dos magnatas, o que impede que a operação de venda da organização desportiva de Abramovich continue.
Ainda nos primeiros dias após o arranque do conflito, era notícia que Abramovich estava na Bielorrússia para ajudar nas negociações entre a Ucrânia e a Rússia. Abramovich foi “contactado pelo lado ucraniano”.
A Reuters salienta ainda que a subsecretária de Estado norte-americana Victoria Nuland, disse numa entrevista que Washington está a pedir a Israel para se juntar às sanções financeiras (e ao nível das exportações) contra a Rússia.