Há sete oligarcas russos na nova lista de alvos de sanções pelo governo britânico. Entre os punidos devido a ligações a Vladimir Putin, presidente da Rússia, está Roman Abramovich, dono do clube de futebol inglês Chelsea e, desde abril 2021, também cidadão português, avança a Reuters.

A principal sanção aplicada é o congelamento de todos os bens dos magnatas, o que impede que a operação de venda da organização desportiva de Abramovich continue. O Chelsea está ainda impedido de vender bilhetes para jogos e negociar jogadores

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Também à Reuters, o ministério da Justiça português sublinhou que as sanções aplicadas pelo Reino Unido ao dono do Chelsea, Roman Abramovich, não se aplicam em território nacional. De acordo com a tutela, as sanções não têm aplicabilidade devido ao Brexit e ao facto de o Reino Unido não ser mais membro da União Europeia (UE).

Mais tarde, em resposta ao Observador, fonte oficial do ministério da Justiça indicou que “a UE prepara neste momento mais sanções que atingirão mais desses cidadãos”, acrescentando que o pacote de sanções decretado por Bruxelas “são imediatamente aplicadas no nosso país”.

Além disso, pelo menos para já, o ministério da Justiça sinalizou que não vai retirar a cidadania portuguesa a Roman Abramovich, uma vez que as sanções contra oligarcas russos aplicadas pela UE não incluem a perda de nacionalidade.

Segundo o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, “não pode haver refúgios seguros para aqueles que apoiaram o violento ataque de Putin à Ucrânia”. “As sanções de hoje anunciadas são o último passo no apoio inabalável do Reino Unido ao povo ucraniano”, adiantou o governante, dizendo: “Seremos implacáveis ​​na perseguição daqueles que permitem a morte de civis, a destruição de hospitais e a ocupação ilegal de aliados soberanos.”

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A ministra da Cultura, Nadine Dorries, disse que o Chelsea ainda poderá jogar partidas e pagar aos funcionários, mas admitiu que as sanções “têm um impacto direto no Chelsea e nos adeptos”.

“Temos trabalhado arduamente para garantir que o clube e o desporto nacional não sejam desnecessariamente prejudicados por estas importantes sanções. Para garantir que o clube possa continuar a competir e operar, vamos emitir uma licença especial que permitirá que os jogos sejam cumpridos, os funcionários sejam pagos e os titulares de bilhetes assistam aos jogos enquanto, crucialmente, Abramovich é privado de beneficiar da propriedade do clube”, anunciou na rede social Twitter.

No início do conflito, o multimilionário russo esteve na Bielorrússia para, de acordo com o que foi noticiado pelo Jerusalem Post, ajudar nas negociações entre a Ucrânia e a Rússia a pedido do governo de Volodymyr Zelenskyy.

Pouco tempo antes, o magnata — que, desde o início da invasão à Ucrânia, tem sido criticado em Londres pela sua proximidade ao presidente russo, Vladimir Putin — entregou a “administração” e os “cuidados” do Chelsea Football Club aos curadores da fundação de caridade do clube. Nessa altura, começou também o processo de venda da organização desportiva, que foi agora bloqueada devido a todos os bens dos oligarcas terem sido congelados pelo Reino Unido.

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Em abril de 2021 Abramovich obteve a nacionalidade portuguesa através da lei que beneficia os descendentes de judeus sefarditas expulsos do país no final do século XV, tem laços estreitos com as comunidades judaicas na Ucrânia e também na Rússia.

Igor Sechin, presidente-executivo do grupo petrolífero russo Rosneft, Oleg Deripaska, que tem participações no Grupo En+, Dmitri Lebedev, presidente do Banco Rossiya, Alexei Miller, presidente-executivo da empresa de energia Gazprom, e Nikolai Tokarev, presidente da estatal russa Transneft, são os outros oligarcas que estão na mesma lista de Abramovich.

Inquérito sobre Roman Abramovich deverá estar concluído em fevereiro

Notícia atualizada às 16h22