A atividade sísmica na ilha de São Jorge, nos Açores, “mantém-se acima dos valores de referência” e, desde sábado à tarde, foram registados “mais de 1.100 sismos de baixa magnitude” e apenas “63 sentidos pela população”.
A informação foi avançada esta segunda-feira à agência Lusa pelo presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques, indicando que, “até ao momento, foram registados mais de 1.100 sismos de baixa magnitude, com magnitude inferior a 3,3 na escala de Ritcher”.
Cerca de 700 sismos registados na ilha de São Jorge em 24 horas, mas só 48 sentidos
“Temos registo de 63 sismos sentidos pela população até este momento e, durante a última noite, foram sentidos cinco eventos”, acrescentou o responsável.
Segundo Rui Marques, “a atividade sísmica que o CIVISA tem vindo a registar no sistema vulcânico fissural de Manadas desde as 16h05 do dia 19 de março (sábado) mantém-se acima dos valores de referência”, referindo que, neste momento, “ainda não é possível saber o padrão de comportamento desta crise sísmica”.
“Neste momento temos pouco mais do que 24 horas de crise sísmica. Estamos a acompanhar a situação, mas ainda é muito cedo para termos uma ideia do padrão que esta crise está a seguir”, explicou o presidente do CIVISA.
Proteção Civil dos Açores acompanha crise sísmica em São Jorge
Rui Marques lembrou que, no domingo, seguiram de São Miguel para a ilha de São Jorge quatro técnicos do CIVISA com “a finalidade de aumentar a capacidade de monitorização no local” da crise sísmica, que ocorre numa zona entre a vila das Velas, na zona sul da ilha, e a Fajã do Ouvidor, na costa norte.
“A única coisa que podemos neste momento afirmar com certeza é que os valores estão acima daquilo que é o normal para este sistema vulcânico. O CIVISA continuará a acompanhar com muita atenção tudo aquilo que são os parâmetros monitorizados, mantendo uma estreita relação com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, que está também em estreita colaboração com os serviços municipais de proteção civil das Velas e Calheta, os dois concelhos da ilha de São Jorge”, referiu ainda à Lusa.
Rui Marques sublinhou que “o único parâmetro que está fora do normal, neste momento, é a sismicidade”.
“Neste momento a nossa preocupação com este sistema é a mesma preocupação que devemos ter com qualquer sistema vulcânico ativo. Temos um sistema vulcânico ativo que neste momento tem uma crise sísmica. Vamos continuar a monitorizar”, frisou.