O tempo dos chineses produzirem apenas objectos simples, baratos e em plástico, daqueles que inundavam as lojas dos 300, já passaram à história. É de lá que vêm os iPhone e até os Tesla, que o próprio construtor admite serem mais bem construídos do que os seus congéneres norte-americanos. Com a tradicional capacidade de adquirir tecnologia através da cópia, os fabricantes de automóveis chineses têm progredido a bom ritmo e os primeiros veículos eléctricos a chegar à Europa são disso um exemplo.

Quem também tem os eléctricos chineses em boa consideração é Herbert Diess, o CEO do Grupo VW, conglomerado alemão que há muito constrói e comercializa os seus modelos na China, o que faz dele um profundo conhecedor do mercado que é hoje o maior do mundo para veículos de quatro rodas. Aproveitando a concorrência estrangeira que acolhe no país, os construtores chineses, a maioria pertença do próprio estado, “têm-se convertido em sérios adversários, especialmente os mais orientados para a tecnologia”, segundo Diess.

Consciente de que os fabricantes chineses gozam ainda da vantagem dos baixos custos de produção, devido ao reduzido custo da mão-de-obra, o responsável pela Volkswagen assume que “a produção de veículos eléctricos retirou a vantagem dos construtores tradicionais face aos chineses, por todos terem de lidar com uma nova tecnologia e partir de uma folha em branco”.

O CEO dá como exemplo marcas como a NIO ou a Xpeng, que admite ver “como adversárias no futuro”, certamente graças ao ritmo a que evoluem. Por isso, Herbert Diess aconselha a que o seu grupo se “concentre na qualidade e na tecnologia, pois só assim poderá continuar na liderança”.

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