A Europa vai ser confrontada com uma escassez de proporções “sistémicas”, sobretudo no segmento do gasóleo, avisa a Vitol, uma multinacional suíça que opera na compra e venda de petróleo e derivados (a maior empresa mundial nessa atividade). Essa escassez, diz a empresa citada pelo Financial Times, poderá culminar com políticas de racionamento.
“A questão que está a preocupar toda a gente é o fornecimento de gasóleo (diesel)”, afirmou Russell Hardy, presidente-executivo da Vitol, que acrescenta que “a Europa importa cerca de metade do seu diesel da Rússia e a outra metade do Médio Oriente”. Perante o arrastar do conflito na Ucrânia, Russell Hardy afirma que “a escassez sistémica de gasóleo está aí”.
Uma forma de tentar mitigar este problema, afirma o responsável, é levar as refinarias a aumentar a produção – algo que poderá acontecer à medida que as empresas tentam aproveitar os preços mais elevados e redirecionem uma parte maior da atividade para a produção de diesel. Apesar disso, garante Russell Hardy, é uma possibilidade que tenha de haver racionamento.
A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, apenas superada pelos EUA e pela Arábia Saudita. Dos cerca de cinco milhões de barris de petróleo bruto que a Rússia exporta, a cada dia, mais de metade vai para a Europa.