O ‘jogo das cadeiras’ vai ser adiado para o início da próxima legislatura, já que não há acordo quanto à distribuição dos lugares das várias bancadas. Para já, a Conferência de Líderes aponta para terça-feira, 29 de março, a realização da primeira sessão legislativa do novo quadro parlamentar. A Iniciativa Liberal admite que “não existirá consenso” quanto ao pedido de mudar de lugar e denuncia a existência de um acordo entre PS, PCP e Bloco de Esquerda. Assim, na primeira sessão, os deputados vão ficar sentados com a atual disposição.

Era conhecido que a Iniciativa Liberal queria mudar de lugar para o centro, passando a estar à esquerda do PSD, com os sociais-democratas a considerarem que este pedido era “uma brincadeira de mau gosto”. Com a falta de consenso, a distribuição de lugares só vai ser decidida na primeira Conferência de Líderes da próxima legislatura. Com isto, os lugares onde os deputados se sentarem na primeira sessão — a 29 de março — vão ser os mesmos da legislatura que agora termina, mas podem não ser os lugares definitivos dos próximos quatro anos.

O ‘jogo das cadeiras’ não se resume apenas ao posicionamento na sala do plenário, mas também no que diz respeito ao número de lugares na primeira fila. De acordo com o líder da Iniciativa Liberal, o PCP reclama um número de lugares na primeira fila superior ao de partidos como o Chega e  IL, que elegeram mais deputados. O presidente do partido diz que “existe um acordo entre o PS, PCP e Bloco para garantirem um número de lugares na primeira fila superior ao que devem ter”. A proposta dos serviços do Parlamento — adiantada por João Cotrim Figueiredo –, é de que Bloco de Esquerda, PCP e Iniciativa Liberal tenham dois lugares na primeira fila e o Chega, três assentos. Mas a antiga “geringonça” tenta contrariar essa proposta.

No rol de criticas que lançou no fim da Conferência de Líderes, o líder da Iniciativa Liberal disse ainda que “existiu um contacto prévio com o grupo parlamentar do PS” quanto à questão dos lugares, mas que a posição do partido dentro da reunião foi outra — acrescentando que “as combinações com o PS não são de fiar” –, mas fonte oficial do grupo parlamentar assegura que é “completamente falso” que tenha existido “qualquer contacto formal, pré-acordo ou combinação” sobre o posicionamento dos liberais na Assembleia da República. A mesma fonte do grupo parlamentar adianta que a posição de principio é a de que “a Iniciativa Liberal teria que chegar a um entendimento com o PSD”.

Com esta falta de consenso entre os vários partidos, a decisão é remetida para a primeira Conferência de Líderes da próxima legislatura e mantendo-se a falta de acordo a decisão caberá ao próximo presidente da Assembleia da República. Para já, Ferro Rodrigues determinou que os lugares ficam como estão e seguindo a proposta dos serviços da Assembleia da República.

Ainda neste encontro ficou decidido que na primeira sessão do novo quadro parlamentar, a Assembleia da República vai eleger o sucessor de Ferro Rodrigues mas a eleição dos vice-presidentes do Parlamento — que promete polémica com a candidatura do Chega — vai decorrer apenas no dia seguinte, 30 de março, “pela necessidade de serem feitas substituições”.

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