“Se houvesse mais sete voltas, não sei o que tinha acontecido. O Fábio [Quartararo] vinha muito forte na perseguição mas, por sorte, consegui voltar ao pódio e com uma vitória”. No final da vitória num Grande Prémio da Indonésia que ainda correu o sério risco de não se realizar (pelo menos no dia) devido à chuva que assolou o Mandalika International Street Circuit, Miguel Oliveira analisou todos os cenários possíveis. Até mesmo aqueles que lhe poderiam ser menos favoráveis. É provável que, com 27 em vez de 20 voltas, o piloto português tivesse outra gestão da corrida, tentando forçar ainda mais a margem de avanço na frente que foi de cinco segundos, mas preferiu falar apenas da pressão que sentiu nas duas últimas voltas perante a boa aproximação do campeão do mundo. Conta o resultado, conta a vitória, sobram os elogios.

Não é para quem quer, é para quem pode: Miguel Oliveira faz história em Mandalika e vence Grande Prémio da Indonésia

“Estou muito feliz, foi um grande resultado para a equipa. Toda a gente que trabalhou neste projeto merece esta vitória. O Miguel [Oliveira] foi muito forte desde sexta-feira de manhã e mostrou enorme compromisso independentemente das condições ou circunstâncias. Duas corridas, dois pódios e uma vitória: estamos no bom caminho. Que grande começo de 2022!”, comentou logo no dia da prova Francesco Guidotti, italiano que é o novo chefe da KTM e que nesta altura lidera o Mundial a nível de fabricantes depois dos pontos que Brad Binder conseguiu também no Qatar (segundo lugar) e na Indonésia (oitava posição).

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“O meu sentimento pelo Miguel [Oliveira] não me enganou mas em condições tão difíceis não é o dispositivo holeshot que faz a diferença. Ele é um piloto incrível. Temos agora um conjunto espetacular, um motor muito bom para o início da corrida e é preciso apenas combinar isso com a eletrónica e o dispositivo holeshot. É como se fosse um relógio a trabalhar em conjunto e no fim também é necessário ter um piloto que vai implementar tudo isso”, referiu agora Pit Beirer, diretor geral da KTM, em entrevista à Speedweek.

“Os últimos meses não foram fáceis, esta vitória é emocionante. Prometi à minha filha um troféu e está aqui”, destaca Miguel Oliveira

“Tive uma extrema confiança no Miguel para 2022. Ele já teve um forte desempenho no Qatar, vimos isso nos dados. Infelizmente, não os colocámos em prática… Estávamos definitivamente confiantes para o fim de semana de Mandalika. Se o Miguel for tão bom como foi este fim de semana, então fica claro, para mim, que ele também será muito forte na chuva. Tem um sentimento inacreditável pela moto. Ele não pilota descontroladamente, controla a moto com uma incrível quantidade de emoção”, acrescentou Beirer.

Em busca do regresso ao top 10 e do tão esperado ano de afirmação: o 2022 de Miguel Oliveira vai arrancar

Também Miguel Oliveira, que sublinhara a importância do triunfo depois de um período mais conturbado, salientou a vontade de querer ver a equipa, a moto e os resultados aparecerem como aconteceu agora em Mandalika e como em parte ocorrera no Qatar, quando o português caiu a meio quando tinha condições para marcar um lugar no top 8. “Só houve duas corridas mas queremos continuar com esta força nas próximas. Não queremos só boas classificações em duas ou três corridas. Queremos estar na frente constantemente e temos de trabalhar muito, como é norma nesta categoria, na qual há tanta competitividade, como se viu na Q2. Estamos focados em ser rápidos e conseguir bons resultados nas corridas”, frisou.