O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta terça-feira que a “justiça intergeracional” permanece central na sociedade e alertou para vários fatores que contribuíram para a clivagem entre as gerações mais novas e mais velhas.

Numa mensagem pré-gravada e transmitida na abertura da conferência “O estado do futuro: um compromisso entre gerações”, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, o Presidente da República sustentou que a “justiça intergeracional” permanece “central na vida das portuguesas e dos portugueses, na orgânica do Estado, na sustentabilidade da democracia, porque representa um pilar indiscutível da solidez e da confiança dos cidadãos na sua proteção social”.

“Os estudos que hoje [esta terça-feira] são apresentados pela Fundação Calouste Gulbenkian representam um contributo valioso para este debate, desde as disparidades no acesso à habitação, no acesso ao mercado de trabalho, que marcam gerações com consequências importantes para o seu bem-estar ao longo da vida, ao saldo ambiental que deixamos para as gerações futuras, ou ao difícil equilíbrio das contas públicas que é necessário garantir para que haja padrões de equidade e justiça entre as diversas gerações”, sustentou.

Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que “a clivagem entre os menos jovens e os mais jovens se tem aprofundado” e defendeu que é através do “diálogo e da convergência” entre as diferentes gerações que “reside a consolidação” do sistema político, económico e social do país.

Considerando que a sustentabilidade da democracia portuguesa é indissociável da justiça intergeracional, Marcelo Rebelo de Sousa disse que entendeu que a Casa Civil e a Casa Militar do Presidente da República “deveriam ter uma formação na metodologia de avaliação do impacto intergeracional de políticas públicas”, em parceria com a Gulbenkian e a ‘School of International Futures’, uma Organização Não Governamental sedeada em Londres, criada em 2012 e vocacionada para o planeamento e estratégia de políticas públicas.

“Face aos índices de envelhecimento crescentes, importa um debate aberto, construtivo, com base em evidências, e livre de daquilo que se chama muitas vezes populismos, e ao mesmo tempo realista e humanista, oferecendo segurança àqueles que iniciam a sua vida contributiva agora, os jovens, mas também aqueles que já contribuíram e continuam a contribuir, que são os menos jovens”, acrescentou o Presidente da República.

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