Tudo se conjuga para que 2022 seja o pior ano da história da indústria automóvel, o que está longe de ser fácil, porque já o ano anterior foi particularmente mau a vários níveis. A braços com a pandemia, a falta de chips e a ausência de cablagens, têm sido frequentes as paragens das linhas de produção. A tudo isto juntou-se, esta semana, mais um motivo para interromper a produção: a visita de um leopardo selvagem.

A visita do felino teve lugar na fábrica da Mercedes na Índia, algures perto de Pune e não muito longe de Bombaim. Não se trata propriamente de instalações construídas no meio da selva, uma vez que há mais complexos industriais na zona, além de muitas habitações, pelo que o motivo da incursão do leopardo pela fábrica alemã deverá ter a ver com a curiosidade. Tanto mais que instalações deste tipo são, habitualmente, ruidosas e emissoras de cheiros e de poluição pouco convidativos para animais selvagens.

Uma possível explicação poderá ter a ver com o facto do “atrevido” leopardo ser um macho com apenas três anos e a região onde a fábrica foi construída ser das que tem a maior concentração destes felinos. O animal entrou nas instalações mas, apesar do seu ar jovial, quase brincalhão, os empregados preferiram fugir em vez de o tratar como se fosse um gato grande. E foi necessário parar a linha de produção durante seis horas até que o animal fosse retirado, sem danos para ambos os lados.

A questão ficou resolvida com a intervenção da Wildlife SOS e da autoridade florestal que, com recurso a um dardo tranquilizante, colocou o “bichano” a dormir. Foi de seguida devolvido ao seu habitat natural, sem necessidade de ser reunido com a família, uma vez que a partir dos dois anos, quando já são capazes de caçar para se alimentar, os leopardos têm uma vida solitária.

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