Os veículos eléctricos são mais eficientes, ou seja, exigem muito menos energia para percorrer a mesma distância. Mas a verdade é que também transportam a bordo muito menos energia, por maiores que sejam os acumuladores. Como se não bastasse esta limitação, o tempo de recarga da bateria é superior ao simples encher de um depósito de gasolina (ou gasóleo). Daí que a Magment, uma empresa de Munique, tenha desenvolvido uma tecnologia que possibilita a recarga da bateria enquanto o veículo se desloca.

A solução dos alemães da Magment é similar à que a maioria dos veículos utiliza para recarregar os telemóveis, isto é, por indução. Em vez de parar num ponto de carga e ligar o veículo à corrente, seja ela alternada (AC, entre 3,6 e 22 kW), ou contínua (DC, entre 50 e 350 kW), o automóvel eléctrico apenas tem de circular sobre uma cobertura de betão que cobre placas. Estas, sim, estão ligadas à rede eléctrica e criam um campo magnético capaz de gerar uma corrente que, para um veículo eléctrico com o equipamento necessário, permite recarregar a bateria.

Curiosamente, a tecnologia dos alemães foi patenteada há 18 anos, mas só agora está madura para passar à prática. A vantagem da solução desenvolvida pela Magment é que tanto pode recarregar veículos em movimento como parados, o que significa que pode ser aplicada a automóveis a circular, mas também a táxis à espera de clientes, autocarros que aguardam a hora para iniciar nova rota, ou veículos comerciais enquanto realizam a operação de carga/descarga.

O projecto da Magment vai ser testado numa empresa que utilize empilhadores, que assim não necessitam de baterias tão volumosas (e caras), uma vez que recarregam quando atravessam certas alas do armazém. São evidentes as vantagens que esta solução terá se vier a ser utilizada nas auto-estradas mais movimentadas, em que todos os veículos poderiam recarregar as baterias, mesmo a circular a 120 km/h, por exemplo entre Lisboa e Porto, ou Faro.

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