O Governo assumiu o objetivo de aumentar para 80% o peso das energias renováveis na produção de eletricidade até 2026, antecipando em quatro anos a meta anteriormente definida, segundo o programa do XXIII Governo Constitucional, entregue esta sexta-feira no parlamento.

“O Governo assume o objetivo de […] aumentar, até 2026, para 80% o peso das energias renováveis na produção de eletricidade, antecipando em quatro anos a meta estabelecida”, lê-se no programa entregue pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

Adicionalmente, o Governo pretende também aumentar para 47% o peso das energias renováveis no consumo final bruto de energia, no horizonte de 2030.

Atualmente, as energias renováveis têm um peso de 58% na produção de eletricidade.

Segundo o programa do Governo, “Portugal bateu recordes mundiais nos leilões de energia solar, e será possível antecipar em cinco anos o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Energia e Clima 2030”, que previa que 80% da eletricidade fosse produzida a partir de fontes renováveis em 2030.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os mercados grossistas de eletricidade e de gás natural atravessam uma crise energética, com valores historicamente elevados, tendo a escalada de preços disparado com a guerra na Ucrânia, alcançando valores dez vezes superiores aos que se registavam no início de 2021.

O preço médio da eletricidade no mercado grossista ibérico superou, pela primeira vez na história, em março, os 500 euros por megawatt-hora.

O anterior ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, entretanto substituído no cargo por Duarte Cordeiro, defendia que a aposta nas renováveis é a forma de garantir independência energética e também um seguro contra a imprevisibilidade dos preços do gás natural, que influencia o preço da eletricidade.

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, entregou esta sexta-feira o Programa do XXIII Governo Constitucional ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

A entrega formal foi feita na sala de visitas do parlamento pouco antes das 12h30, no formato que habitualmente acontece na entrega dos Orçamentos do Estado.

O programa foi aprovado na primeira reunião do Conselho de Ministros, na quinta-feira, e será discutido no plenário do parlamento nos dias 7 e 8 de abril.