Foi um gesto simbólico. A presidente do parlamento europeu esteve esta sexta-feira no parlamento ucraniano: “Estou aqui como representante do parlamento europeu, do povo europeu. Estamos convosco nos bons tempos e nos menos bons”, afirmou Roberta Metsola, que garantiu que o futuro da Ucrânia na União Europeia “nunca será colocado em dúvida”. “Não vamos abandonar a Ucrânia. Não vamos baixar a guarda”, prometeu a responsável.
Num discurso partilhado nas redes sociais, Roberta Metsola descreveu as imagens nos últimos dias como “horríveis” com a morte de “vidas inocentes e crianças”: “A Europa e o mundo também viram a vossa coragem”, exemplificando com os heróis da Snake Island, que são agora “conhecidos em todo o mundo”. “Estamos orgulhosos do guerreiros de Mariupol, que vão inspirar a gerações e gerações.”
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Sobre o desfecho do conflito, a presidente do parlamento europeu não tem dúvidas: “Vamos ver o triunfo da esperança sobre o medo”. O povo ucraniano “mostrou que o terror” não os “intimida”. “As bombas nunca tirarão o vosso orgulho e a dignidade.” “A União Europeia está a ver quem está a defender o vosso país, que não está apenas a lutar para proteger as vossas casas e o vosso território. [Os vossos militares] estão a lutar por aquilo que defendemos: liberdade, democracia e Estado de direito”, disse Roberta Metsola, que assegurou que estes valores “não estão frágeis” na Ucrânia.
Demonstrado apoio irrestrito à Ucrânia — “estamos ao vosso lado” —, Roberta Metsola garantiu que a Ucrânia é bem-vinda na União Europeia: “A Ucrânia é Europa”. “Diante de vocês, podem contar comigo e com o parlamento europeu para alcançar o objetivo” de entrar na UE: “Não vos desapontaremos”.
Além disso, a presidente do parlamento europeu salientou que a UE “não vai deixar” que as ações de Putin passem em branco: “Precisamos de mais sanções e mais duras. E vamos responsabilizá-los por aquilo que eles fizeram aqui”. Sublinhou também que a organização vai “cuidar das famílias” ucranianas que decidiram fugir e, quando voltarem, Bruxelas vai ajudá-las “a reconstruir as suas vidas”. “Vamos ajudar a reconstruir as vossas cidades desta invasão ilegal e injustificada.”
Apontando o dedo a Vladimir Putin, Roberta Metsola indicou que o Presidente russo calculou mal “não só a coragem e a resistência do povo ucraniano, como também a força da democracia”. “Errou quando pensou que o nosso debate era fraqueza e pagou um custos sem precedentes. As sanções doeram”, assegurou.
Frisando que a “energia foi sempre política”, a presidente do parlamento europeu apontou como uma das propriedades um futuro livre do gás da Rússia. “É ambicioso, mas é necessário”, caracterizou, acrescentando que a Europa “não deve consumir energia do Kremlin”, quando Moscovo bombardeia cidades ucranianas.