Gachaco. Este é o nome do consórcio que reúne as principais marcas de motos japonesas com o objectivo comum de superar as limitações no que toca à autonomia dos modelos de duas rodas eléctricos, através da criação de uma rede de estações de troca de baterias. Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha entenderam-se quanto à padronização dos acumuladores e agora, juntamente com a petrolífera japonesa Eneos, avançaram com a empresa que vai ser responsável por implementar essa rede e assegurar o serviço.

Maioritariamente controlada pela Eneos (51%), a Gachaco é detida a 34% pela Honda, com os restantes 15% a repartirem-se equitativamente pela Kawasaki, Suzuki e Yamaha (cada uma com 5%). Para já, o serviço de troca de baterias vai arrancar no segundo semestre deste ano, no Japão, começando por Tóquio (sede da Gachaco) e alargando-se posteriormente a outras grandes cidades japonesas. Os pontos de troca preferenciais serão as próprias estações de serviço da Eneos, mas também outros locais “convenientes”, segundo a empresa, como terminais ferroviários.

De momento circunscrito ao Oriente, pois nenhuma das marcas envolvidas neste consórcio se pronunciou ainda quanto à possível importação desta solução para a Europa, este novo passo para estimular a mobilidade eléctrica nas duas rodas só foi possível porque os quatro maiores fabricantes de motociclos nipónicos perceberam que juntos teriam maior probabilidade de serem bem-sucedidos nesta nova etapa do negócio. Daqui que, logo em 2019, se tenham unido para desenvolver em conjunto um sistema de baterias intercambiáveis. Dois anos depois, em 2021, avançaram com a padronização dos acumuladores (peso, tamanho, capacidade) que serviriam as necessidades da Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha. E, no final do ano passado, a Honda apresentou o “Mobile Power Pack e:” – nem mais nem menos que uma bateria de iões de lítio recarregável em “aproximadamente 5 horas”, com uma capacidade de 1314Wh, a 26,1Ah. Essa unidade de armazenamento de energia pesa 10,3 kg, apesar de ser extremamente compacta (cerca de 30x18x16 cm) e será a protagonista das trocas que começarão a ser feitas nas “Honda Mobile Power Pack Exchanger e”, o nome dado às estações de troca.

Por enquanto, fica por perceber como será cobrado e qual o custo de substituir a bateria vazia por uma recarregada, da mesma forma que não é mencionado se, no futuro, surgirão outras baterias trocáveis. O certo é que, à partida, esta alternativa facilita a vida dos condutores de motociclos eléctricos, poupando-os a tempos de espera prolongados para recarregar a bateria e permitindo-lhes moverem-se com menos constrangimentos por causa da autonomia.

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Além de eliminar a contrariedade dos tempos de recarga por meio da partilha de acumuladores intercambiáveis, com a plataforma Battery-as-a-Service (BaaS, “bateria como um serviço”) a Gachaco propõe-se alargar o uso destas baterias padronizadas como unidades de armazenamento de energia para utilização residencial ou comercial, comprometendo-se ainda a reciclar as baterias no fim da sua vida útil.

Fazendo uso das suas novas baterias portáteis e intercambiáveis, a Honda anunciou que pretendia arrancar com um esquema de partilha de baterias na Índia, este semestre, para alimentar os triciclos eléctricos que operam como táxi nesse país, sendo que aí existem mais de 8 milhões de veículos deste tipo, maioritariamente movidos a gás natural comprimido.

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