Depois da Ucrânia, Vladimir Putin deverá ter como alvos os Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Estados-membros da NATO e da União Europeia, afirma o oligarca russo Mikhail Khodorkovsky, exilado devido a divergências com o Kremlin. Khodorkovsky acredita que o Presidente russo pensa que a “NATO é fraca” e que não vai “defender” as três nações do leste europeu, que integravam a União Soviética.
Numa entrevista à Bloomberg, Mikhail Khodorkovsky disse que Vladimir Putin não espera qualquer reação dos Estados Unidos, nem dos seus aliados ao eventual ataque às três repúblicas bálticas. Por conseguinte, e fruto deste falhanço, a NATO vai “colapsar” e terminar, significando que a influência global norte-americana vai diminuir.
Além disso, o magnata sublinhou que o Presidente russo já assumiu que está em guerra com os países do Ocidente na Ucrânia: “Disse desde o início que esta guerra os inclui”. Mikhail Khodorkovsky salientou também que as sanções dos países ocidentais não têm efeito nas ações de Vladimir Putin, sublinhando que a abordagem correta devia ser um “uso consistente da força”. “Se os EUA querem ser um líder moral, têm de fazer uma declaração” que opte por essa abordagem.
Numa entrevista na CNN internacional no domingo, Mikhail Khodorkovsky revelou que os “propagandistas” de Putin já “começaram a preparar a sociedade” para uma invasão aos países da NATO. “Estão constantemente a falar sobre isso”, sinalizou, frisando que o Presidente russo considera que “agora tem uma missão”: “Ele quer mostrar ao mundo que é incrível e quer deixar no mundo um legado”.
O oligarca, que está exilado em Londres, mencionou que Putin “enlouqueceu” por ver a reação ucraniana à invasão. “Para ele, a situação agora é muito complicada. Ele queria mudar o poder em Kiev e pôr lá um lacaio, pensando que seria recebido com flores nas ruas”, afirmou Mikhail Khodorkovsky, vincando que, como isso não aconteceu, “isso não só o irritou, como o enlouqueceu”.