Volodymyr Zelensky proclamou, esta terça-feira, Kiev como a “capital da democracia global e a capital da luta pela liberdade de todo o continente europeu”.
No seu discurso diário ao país, o Presidente ucraniano disse que o dia foi “muito informativo”, tendo prosseguido “o seu trabalho diplomático”. “Falei no Conselho de Segurança da ONU”, mencionou, aproveitando depois para criticar o órgão: “É correntemente impossível levar a cabo as funções para que foi criado. E o único Estado é culpar [por isto] — a Rússia, que descredibiliza as Nações Unidas e todas as instituições internacionais em que ainda participa”.
Apontando o dedo a Moscovo, cujo regime “tenta bloquear tudo de construtivo” e que usa a “arquitetura global para divulgar mentiras e justificar a maldade que pratica”, Volodymyr Zelensky sinalizou que, se o mundo não agir, haverá apenas uma “instituição que restará no mundo para garantir a segurança dos Estados”: “As armas”.
No que diz respeito ao cenário de guerra, o Presidente ucraniano indicou que “a situação mais difícil” continua a ser em Donbass e em Kharkiv: “Continuamos a fazer tudo para assegurar que as nossas forças armadas continuam a parar as tropas russas”.
“Estamos conscientes de que os ocupantes nos superam. Eles têm mais equipamentos. Estamos conscientes das tentativas de os líderes russos de recrutarem novos tontos em toda a Rússia”, reconheceu Zelensky, que, ainda assim, sublinhou que a Ucrânia não tem “outra opção” a não ser “lutar pelo seu destino”. “Sabemos pelo que estamos a lutar. E faremos tudo para vencer.”
No plano diplomático, Volodymyr Zelensky revelou ter falado com o Presidente francês, Emmanuel Macron. Os dois líderes discutiram a “situação humanitária das regiões temporariamente ocupadas da Ucrânia”, sendo que Paris se comprometeu a “providenciar o apoio técnico para a investigação” de crimes de guerra perpetrados pelas forças russas.
Sobre as sanções que o Ocidente está a aplicar à Rússia, o chefe de Estado ucraniano apontou ser um “momento crucial”. “Depois do que vimos em Bucha, as sanções contra a Rússia devem ser mensuradas conforme a gravidade dos crimes de guerra dos ocupantes”, afirmou Volodymyr Zelensky, que salientou que se os “bancos russos continuaram a funcionar como normalmente”, que se o comércio com Moscovo “continuar como normalmente” e que se a União Europeia “continuar a pagar os recursos energéticos à Rússia como normalmente”, o “destino de alguns líderes” estará em risco.