O investimento de cidadãos estrangeiros na aquisição de imóveis residenciais na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa atingiu os 923,1 milhões de euros, tendo estes particulares adquirido 1767 casas. O valor médio por operação ultrapassou pela primeira vez a fasquia do meio milhão de euros, fixando-se em 523 mil euros, noticia o Diário de Notícias.

O volume de investimento estrangeiro, que pesou 38% no total aplicado em 2021 na aquisição de casas por particulares na ARU de Lisboa, apresentou um crescimento de 21% face a 2019 — data do anterior recorde. Para Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, estes valores devem-se a instrumentos como os vistos gold e ao regime de residentes não habituais que “colocaram Lisboa na rota do investimento internacional” e a ajudaram a posicionar-se “como cidade cosmopolita”, reconhecida como “segura e inserida num país da zona euro”.

Das mais de 80 nacionalidades que compraram casa em Lisboa no ano passado, foram os norte-americanos os que mais investiram, tendo gastado 134 milhões na compra de casas — passaram da terceira posição entre os principais investidores em 2020 e da quinta em 2019 para o primeiro lugar do pódio. Já os franceses, que mantiveram a segunda posição, gastaram um pouco menos: 126,1 milhões. A fechar o top 3, encontram-se os chineses, com um gasto de 119,7 milhões, a perder assim o lugar de liderança que ocuparam nos últimos dois anos.

Outra tendência registada, destaca o Diário de Notícias, é a perda de atratividade do centro histórico de Lisboa para o investimento estrangeiro. No ranking das cinco freguesias que mais captaram o interesse destes cidadãos só figura a Misericórdia, com Santa Maria Maior a sair dos favoritos. Entre as razões desta perda de importância do centro histórico, está a forte ligação destas zonas ao setor do turismo, explica ainda Ricardo Guimarães.

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