Foi a primeira vez, desde o início da invasão, que um líder do Ocidente visitou a Rússia. Karl Nehammer, chanceler austríaco, reuniu-se esta segunda-feira com Vladimir Putin, mas a reunião não foi fácil.

O líder do Executivo da Áustria não ficou com uma “impressão otimista”, após um diálogo “muito direto, franco e duro” com o Presidente russo, deixando o alerta para uma “ofensiva” de “escala massiva” no leste da Ucrânia, informa o órgão austríaco Kurier.

Para Karl Nehammer, este encontro não foi “amigável”, consistindo mais numa “obrigação” para tentar “pôr fim às hostilidades”, ou pelo menos “a catástrofe humanitária” que a população civil está a vivenciar na Ucrânia. “Esta guerra deve finalmente terminar, porque durante uma guerra só há perdedores de ambos os lados”, sublinhou o chanceler austríaco.

Um dos tópicos que causou mal-estar entre os líderes incidiu sobre o o uso de termo “guerra”. Enquanto o chanceler austríaco fez questão de o utilizar, o Presidente russo falou sempre numa “operação militar especial”. Questionado diretamente por Karl Nehammer se a guerra deveria terminar, Vladimir Putin não deu uma resposta contundente: “Seria melhor”.

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A reunião decorreu em Novo-Ogariovo, uma residência presidencial nos arredores de Moscovo, e durou 75 minutos. Durante o encontro, o chanceler austríaco também abordou o massacre em Bucha, tendo-o descrito “como grave crime de guerra”. “Os autores devem ser responsabilizados”, foi outra das mensagens que Karl Nehammer levou à Rússia.

“De forma muito clara”, o chanceler da Áustria fez questão de garantir que as sanções da União Europeia contra a Rússia “vão permanecer” e vão mesmo “endurecer enquanto continuarem a morrer pessoas na Ucrânia”. Nesta situação, os 27 Estados-membros estão “unidos como nunca”.

Não tendo ficado “com perspetivas promissoras” depois da conversa com Vladimir Putin, Karl Nehammer está “pessimista” com as ações do Presidente russo, salientando que este adotou uma “lógica de guerra” — e não há sinais de que tal vá mudar pelo menos num futuro próximo.

Afinal, quem construiu a mesa com seis metros de Putin? Há um espanhol que garante ser o autor da obra

O encontro entre Karl Nehammer e Vladimir Putin não contou com a presença dos jornalistas por pedido de Viena. Os líderes sentaram-se numa mesa de seis metros (tal como Emmanuel Macron e Olaf Scholz) e foram auxiliados por tradutores.