Reitera que estava “disponível” para continuar no Governo, mas garante estar “sem nenhum tipo de ressentimento” e diz ter assumido “com gosto e sentido de dever o lugar de deputada”. A antiga ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, deu uma entrevista ao Público em que defendeu também: a “assertividade” e “veemência” de uma mulher na política “é-lhe mais prejudicial” do que a um homem.

Na entrevista, feita ao programa “Interesse Público”, a atual deputada do PS comenta a sua exclusão do Secretariado Nacional do partido — foi uma de duas ministras recentes a sair do órgão de direção, a par de Graça Fonseca (Cultura). Respondendo a uma pergunta sobre não ter sido reconduzida, referiu que “são novos ciclos” e escusou-se a muito mais comentários, referindo apenas que “é naturalmente um órgão de conselho do secretário-geral”, António Costa.

Já sobre não ter sido escolhida para o novo Governo, apontou: “As decisões são do primeiro-ministro, é o seu Governo. Nunca escondi a disponibilidade, mas naturalmente que estas coisas não se esperam nem se planeiam. Mostramos disponibilidade, consideramos que podemos ser úteis ou não e depois, com toda a normalidade, aceitamos – como temos que aceitar – as escolhas do chefe do Governo, sem nenhum tipo de ressentimento”.

Prometendo ser “mais útil possível ao grupo parlamentar do PS nas tarefas que o líder parlamentar me entenda distribuir e considere que eu seja útil”, a antiga ministra e agora deputada falou sobre a presença de mulheres na política. E disse que “às vezes, há tentação de dizer que uma mulher que fala mais alto é histérica ou é descontrolada” e que continua a haver “esta ideia de que as mulheres são mais emocionais, que se deixam levar mais pelo sentimento”. Em suma: “Sim, acho que uma certa veemência, uma maior assertividade de uma mulher na política, como em geral na vida, é-lhe mais prejudicial do que o mesmo nível de assertividade num homem”.

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