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Taremi e a nobre queda para a arte de silenciar (a crónica do FC Porto-Portimonense)

Este artigo tem mais de 2 anos

Paulo Sérgio pôs-se a jeito de ser goleado, Conceição montou a equipa a jeito de golear e Taremi viu no meio do rolo compressor a oportunidade para responder com golos a nova semana de críticas (7-0).

Taremi inaugurou o marcador, aumentou de grande penalidade e fez o 5-0 no início do segundo tempo, atingindo a terceira época seguida em Portugal com 20 ou mais golos
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Taremi inaugurou o marcador, aumentou de grande penalidade e fez o 5-0 no início do segundo tempo, atingindo a terceira época seguida em Portugal com 20 ou mais golos

Taremi inaugurou o marcador, aumentou de grande penalidade e fez o 5-0 no início do segundo tempo, atingindo a terceira época seguida em Portugal com 20 ou mais golos

Sérgio Conceição só tinha razões para estar confiante depois de uma série de cinco vitórias consecutivas na Primeira Liga, as últimas quatro sem consentir golos. Ao invés, via nesse registo positivo algo que o deixava “em alerta”. “É um momento que me deixa desconfiado e preocupado. Esses jogos já passaram. É importante continuarmos com esse registo mas normalmente é quando as equipas estão num patamar elevado que têm tendência a distrair-se e a cair nas tais cantigas. Isso pode ser um erro e pode ser fatal. Estamos a fazer bem as coisas, quer na nossa organização defensiva, quer no processo ofensivo, mas temos de andar sempre no limite para continuarmos a fazer tudo bem. Se nos distrairmos um pouco pode ser perigoso”, avisara.

FC Porto goleia Portimonense por 7-0 com hat-trick de Taremi e reforça liderança na Liga antes do dérbi em Alvalade

Sérgio Conceição só tinha razões para estar confiante perante o registo do Portimonense na segunda volta, que apesar da última vitória diante do Famalicão levava cinco empates e seis derrotas além de não poder contar com jogadores importantes como Willyan, Lucas Possignolo, Welinton (todos castigados), Ewerton ou Sapara (ambos lesionados). Ao invés, media essa fase menos conseguida “pelo todo” da época. “Estamos a falar de uma equipa que pelos jogos fora estaria no sexto lugar, com 15 golos marcados e 15 golos consentidos. Tem uma equipa consistente, com alguns jogadores de fora que cria aqui alguma indefinição na preparação em relação aos pormenores que trabalhamos em função do adversário que vamos defrontar. Além disso, conta também com toda a experiência de uma equipa técnica batida na Primeira Liga”, alertara.

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Sérgio Conceição só tinha razões para estar confiante até pelo facto de, ao contrário do que aconteceu nas últimas jornadas, entrar primeiro em campo do que o rival mais direto na luta pelo título, o Sporting, tendo a oportunidade de cavar um “fosso” de nove pontos em caso de triunfo diante dos algarvios antes do dérbi em Alvalade com o Benfica. Ao invés, desvalorizou esse fator, passando ao lado de outros encontros que não os seus nesta reta final da temporada. “Nos clubes que estão normalmente habituados a lutar pelo Campeonato não acredito que interfira a nível psicológico na prestação dos jogadores. Essa conversa não entra sequer no balneário, não acredito que seja um fator importante. Vamos trabalhar de uma forma muito forte, muito concentrada, muito focada, muito comprometida para tentar ganhar o próximo jogo”, realçara.

Os sinais depois da difícil mas justa vitória em Guimarães eram mais do que muitos mas o técnico portista preferia arrefecer essa euforia evitando festas antecipadas apesar dos passos decisivos que a equipa ia dando rumo à conquista do título. E até o próprio ambiente e contexto contribuíam para isso mesmo, por variados motivos: a antecâmara do 40.º aniversário da primeira eleição de Pinto da Costa como presidente do FC Porto, a possibilidade de igualar a melhor marca de sempre sem derrotas nas principais Ligas da Europa que pertencia ao AC Milan (58 jogos), a hipótese de garantir já de forma automática a entrada na fase de grupos da próxima Liga dos Campeões com um encaixe direto de 37,65 milhões de euros logo à cabeça.

O resultado, esse, não deixou qualquer margem para dúvidas, naquela que foi a maior vitória na Primeira Liga dos últimos anos dos portistas. Paulo Sérgio, entre várias ausências que já tinha por castigo, lesão ou cláusulas de cedência, assumiu o risco de rodar ainda mais a equipa tendo em conta a receção ao Moreirense, colocou jogadores que não mereciam ter esta estreia na principal competição desamparados em campo e até na baliza achou por bem trocar de guarda-redes. Por isso, e de forma óbvia, é dele a responsabilidade para a noite de todos os horrores que os algarvios tiveram no Dragão. Depois, claro está, houve todo o mérito do FC Porto, de Sérgio Conceição e dos jogadores pela forma como preparam o jogo, souberam interpretar o que era necessário e só mesmo no 7-0 desligaram um pouco o rolo compressor. Por fim, houve Taremi.

Fábio Vieira, com mais um par de assistências, esteve em destaque no jogo, tal como Otávio (primeira parte) e Vitinha (mesmo sendo substituído cedo) no pensamento das ações ofensivas pelo corredor central. E houve outras boas exibições, como as de Pepê ou Evanilson. Mas foi o iraniano, com três golos e uma assistência, que mais se evidenciou depois de uma semana complicada entre críticas por se fazer aos penáltis e por ter falhado a segunda conversão em Guimarães. Chegou mesmo a ser acusado de “farsante” e “encantador de serpentes” nos “habituais números circenses” numa artigo de opinião no jornal Sporting que foi repudiado de forma veemente até no Irão. E não foi a primeira vez que tal aconteceu esta temporada, longe disso. Ainda assim, e com todo esse contexto, o avançado fez o que sabe melhor. E a forma inteligente com que consegue interpretar os movimentos da esquerda para o meio ou quase como um segundo avançado quando Evanilson está na equipa mostrou a razão pela qual os portistas estão mais perto do título: os jogadores têm muita qualidade e Sérgio Conceição consegue potenciar ao máximo todas essas mesmas características.

Ficha de jogo

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FC Porto-Portimonense, 7-0

30.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

FC Porto: Diogo Costa; Pepê, Mbemba, Pepe (Fábio Cardoso, 64′), Zaidu (Wendell, 46′); Grujic, Vitinha (Eustáquio, 64′); Otávio (Francisco Conceição, 46′), Fábio Vieira; Taremi (Toni Martínez, 64′) e Evanilson

Suplentes não utilizados: Marchesín, Galeno, Fernando Andrade e Loader

Treinador: Sérgio Conceição

Portimonense: Payam; Moufi, Dacosta, Pedro Sá, Lazaar, Sana; Anderson, Henrique Jocu (Diogo 80′), Carlinhos (Bruno Reis, 72′); Aponza e Fabrício (Paulo Estrela, 80′)

Suplentes não utilizados: Kosuke, Samuel Portugal, Luquinha, Relvas e Angulo

Treinador: Paulo Sérgio

Golos: Taremi (19′, 34′ g.p. e 47′), Grujic (28′), Evanilson (40′ e 60′) e Pepe (55′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Aponza (81′) e Dacosta (84′)

Com apenas uma alteração no onze inicial e de última hora, com João Mário a ficar de fora por razões físicas e a dar lugar a Evanilson recuando Pepê para lateral, o FC Porto apostou cedo na habitual dinâmica ofensiva para tirar referências ao conjunto algarvio, colocando Otávio pelo meio a cair muitas vezes na direita quando Fábio Vieira procurava o centro e Vitinha mais a cair na esquerda para ajudar Zaidu com e sem bola para Taremi poder andar em diagonais até ao apoio direto a Evanilson. Foi isso que permitiu desde o minuto inicial que os azuis e brancos tivessem o domínio completo do jogo, foi isso que abriu espaço a que Pepê e Zaidu fossem mais alas do que laterais em várias fases, não foi isso que mexeu com a organização do Portimonense, que se manteve muito compacta nos minutos iniciais cedendo apenas espaço para um remate de Fábio Vieira para defesa de Payam que nasceu numa recuperação de bola em zona adiantada (3′).

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Com mais de 70% de posse, e entre uma tentativa de remate de Evanilson que poderia ter sido perigosa mas ficou nas pernas de Lazaar, o domínio dos dragões acentuava-se com vários cantos à mistura mas seria na primeira saída rápida capaz de surpreender os algarvios um pouco mais adiantados no terreno que nasceria o golo inaugural da partida, com Otávio a lançar bem na esquerda em Fábio Vieira para mais uma assistência do internacional Sub-21 para um grande remate de pé esquerdo de Taremi (19′). Estava aberta a primeira fissura de uma muralha que mais não era do que uma folha de papel, começava aí um período totalmente arrasador dos azuis e brancos que arrumaram por completo a questão do jogo até ao intervalo.

Evanilson já tinha ameaçado num remate que bateu num defesa e saiu perto da trave, Grujic aumentou mesmo a vantagem no seguimento de um canto batido na direita por Fábio Vieira com primeiro desvio de cabeça de Otávio e assistência com um toque subtil de Taremi após ver o seu remate prensado para o médio sérvio “fuzilar” para o 2-0 (28′). E o FC Porto não parou, longe disso, perante um Portimonense que mal passava do meio-campo, que não fazia três passes seguidos e que deixava uma cada vez pior e mais pobre imagem no relvado que muitos daqueles jogadores não mereciam: Taremi bisou de grande penalidade após falta de Lazaar sobre Otávio (34′), Evanilson voltou aos golos após sete jogos de jejum concluindo com um remate cruzado uma grande jogada entre Otávio e Pepê (40′). Acabou em quatro, podiam ser mais.

Sobravam apenas duas dúvidas depois do 4-0 ao intervalo: por um lado, que capacidade teria o FC Porto de manter a atitude competitiva em campo e avolumar o resultado; por outro, que forma poderia encontrar o técnico Paulo Sérgio para estancar a noite de todos os horrores no Dragão. Da parte de Sérgio Conceição, as trocas de Zaidu e Otávio por Wendell e Francisco Conceição mostravam que o encontro na Taça de Portugal frente ao Sporting já estava na cabeça dos azuis e brancos mas nem por isso o FC Porto deixou de separar as águas, mantendo-se com a mesma atitude no segundo tempo para aumentar mais a goleada.

Logo no início, sem que se percebesse sequer que tipo de alterações poderia trazer o Portimonense, Taremi fez o hat-trick, concluindo de cabeça ao segundo poste uma jogada trabalhada por Vitinha ao meio (e como a influência com bola do jovem internacional aumenta sem Otávio naquela zona) e com nova assistência da direita de Fábio Vieira (47′). Pouco depois, Pepe aumentou para 6-0 chegando mais cedo de cabeça do que Payam, com uma saída mal calculada, após um canto na esquerda batido com arco fechado por Vitinha (55′). E ainda houve o 7-0 por Evanilson no dobrar da primeira hora de jogo, com Taremi a acertar no poste e Francisco Conceição a assistir o brasileiro num lance que começou com um grande passe de Pepe (60′). A 15 minutos do final, Diogo Costa ainda defendeu um remate de Aponza mas o jogo já tinha chegado ao fim.

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