Como resposta à invasão russa na Ucrânia, a União Europeia passou a proibir, a partir deste sábado, a presença de camiões da Rússia e da Bielorrússia no espaço comunitário — à exceção dos que transportam comprimidos, correio ou produtos petrolíferos. A consequência foi uma fila de 80 quilómetros formada na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia com centenas de camiões a tentarem cumprir o prazo da nova sanção.
As imagens recolhidas por um drone, publicadas pela Reuters, mostram as longas filas, que foram aumentando à medida que a hora da entrada em vigor da sanção se aproximava. Alguns camiões, segundo a BBC, esperaram até 33 horas para sair da Polónia. Um condutor bielorrusso chegou a dizer à agência que, perante os “muito quilómetros” que ainda lhe faltavam percorrer, era “irrealista” pensar que conseguiria passar a fronteira a tempo.
As filas mantiveram-se com entre 230 a 400 veículos mesmo horas depois de a sanção ter entrado em vigor, embora o tempo de espera tenha reduzido para cerca de 12 horas, segundo relatou a BBC.
A estação televisiva diz que não é claro o que vai acontecer às centenas de outros camiões russos e bielorrusos que deverão permanecer ainda em território da UE, mas o mais provável é que sejam apreendidos pelas autoridades da união. Entre os empresários polacos do setor dos transportes há, porém, receios de que tanto a Rússia como a Bielorrússia retaliem e impeçam camiões da Polónia de atravessarem o seu território, relata a BBC.
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Outra sanção europeia que entrou em vigor este sábado foi a proibição de entrada de navios russos nos portos da UE. Um comunicado da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) explicou que, em Portugal, estão incluídos, além de navios abrangidos pela aplicação das convenções internacionais, iates de comprimento igual ou superior a 15 metros que não transportem carga nem mais de 12 passageiros, ou embarcações de recreio e motos de água.
Para evitar que a Rússia tente esquivar-se à sanção, estão também abrangidos navios que tenham alterado a sua nacionalidade após 24 de fevereiro de 2022, data do início da guerra.