O Chega defendeu nesta terça-feira o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras nas escolas e considerou ser “hora de o Governo acabar com esta restrição” que “só está a prejudicar as crianças”.
Uma delegação do partido, liderada pelo presidente, André Ventura, esteve nesta terça-feira junto a uma colégio frequentado apenas por rapazes a distribuir panfletos onde se lia “Tirem as mordaças às nossas crianças”, mas também fotografias e autógrafos a pais e alunos.
“Nós queremos fazer este sinal político de que é hora de o Governo acabar com esta restrição que eventualmente se poderá ter justificado num determinado momento, mas que neste momento só está a prejudicar as crianças”, disse o líder do Chega aos jornalistas.
André Ventura justificou que a “pneumologista Raquel Duarte, que lidera a equipa consultiva do Governo, já veio dizer que não faz sentido manter as máscaras nas escolas” e que o “Conselho Nacional de Educação deixou a mesma recomendação”.
E defendeu que a obrigatoriedade do uso de máscara nas salas de aula decorrente da pandemia de Covid-19 é “completamente absurda” e as “crianças estão a ser grandemente afetadas”, pedindo o regresso da “normalidade da vida das crianças e dos adolescentes”.
O presidente do Chega salientou também que, apesar de esta “ação política” se ter focado nos estabelecimentos de ensino, o partido defende o fim do uso de máscara em todos os espaços públicos e considerou que “é momento de libertar o país”.
E exemplificou: “Temos em discotecas toda a gente sem máscara e nas escolas toda a gente com máscara, isto não faz sentido nenhum”.
Ainda assim, apontou que é possível “manter algumas recomendações durante o período em que se justificar”, acabando as obrigações.
Segundo o líder do Chega, esta iniciativa vai repetir-se “em vários estabelecimentos de ensino nesta semana que é crucial”.
Na altura, André Ventura foi questionado sobre a entrega, por parte do Chega, de um projeto de resolução que propõe a rejeição do Programa de Estabilidade 2022-2026, que irá ser debatido na Assembleia da República na quarta-feira.
O presidente do Chega confirmou que a iniciativa “já deu entrada hoje” no parlamento e criticou que “as metas, os objetivos e as condições” deste documento do Governo “não foram em nada alteradas com a situação da guerra na Ucrânia”.
E salientou que o partido quer dar “um sinal político também à direita” porque “as pessoas têm de perceber quem é que está a apontar caminhos alternativos e a fazer oposição e quem é que está ali para segurar o Governo e acha sempre muito mau contrariar ou confrontar António Costa”.
Portugal registou, na semana de 5 a 11 de abril, 59.434 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, 145 mortes associadas à Covid-19 e um aumento de doentes internados, indicou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A mortalidade específica por Covid-19 está estável em Portugal, mas continua com valores acima do limiar definido a nível europeu, avança o relatório semanal sobre a situação epidemiológica do país divulgado na sexta-feira.
Segundo o boletim epidemiológico semanal da DGS, o número de casos confirmados de infeção desceu 2.528 em relação à semana anterior, registando-se também uma redução de sete mortes na comparação entre os dois períodos.
De acordo com o “site” estatístico Our World in Data, Portugal é o sétimo país da União Europeia com mais novos casos diários de Covid-19 por milhão de habitantes na última semana mas as mortes diárias atribuídas à doença mantêm-se estáveis.