O Presidente da Ucrânia disse esta quarta-feira que Kiev não viu, nem ouviu falar de um suposto documento sobre as negociações da paz que a Rússia alega ter enviado.

As declarações de Volodymyr Zelensky em conferência de imprensa com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, negam as afirmações do porta-voz do Kremlin. Dmitry Peskov tinha dito que Moscovo aguardava por respostas após entregar um documento à Ucrânia.

O Presidente ucraniano afirmou também que o país está pronto para trocar prisioneiros russos pela abertura de um corredor humanitário para a retirada de civis e de tropas da cidade portuária de Mariupol, que tem resistido à invasão da Rússia.

Estamos prontos para trocar o nosso povo pelos prisioneiros militares russos. Estamos prontos para qualquer formato de troca. Estou pronto para o diálogo”, garantiu Zelensky.

A situação em Mariupol piora à medida que a guerra se prolonga e o chefe de Estado ucraniano fala em centenas de feridos sem acesso a cuidados médicos, com mais de mil civis a permanecerem na siderúrgica Azovstal.

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Não sei quando poderemos desbloquear Mariupol“, assumiu, acrescentando que cerca de 120 mil civis continuam à espera de ser retirados da cidade portuária da Ucrânia.

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Volodymyr Zelensky frisou ainda a disponibilidade para dialogar “até ao fim da guerra” com a Rússia, depois de Moscovo dizer que o sucesso das negociações de paz dependerá de Kiev aceitar as suas exigências.

“Estamos abertos a qualquer formato de diálogo. Quer eu goste ou não, estou pronto para falar. Estive nos últimos três anos e continuo pronto, até ao fim da guerra, para dialogar com a Federação Russa e o seu Presidente”, disse o Presidente da Ucrânia.

Volodymyr Zelensky e Charles Michel estiveram reunidos durante cerca de duas horas para discutir “coisas de que a Ucrânia realmente precisa”, como mais sanções à Rússia, o envio de armas e a adesão à União Europeia.

A CNN Internacional avançou também que o Presidente da Ucrânia elogiou os cinco pacotes de sanções da UE à Rússia, mas garantiu que não são suficientes. O chefe de Estado vincou que os aliados devem impor “um embargo total” ao petróleo e gás russos num sexto pacote de sanções.